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Resultado da eleição pode afetar relação com EUA?

Mais de um ano depois das revelações sobre o alcance da espionagem dos Estados Unidos no Brasil, as relações entre os dois países ainda estão longe de um reaquecimento, e há pouca expectativa em Washington de que haja mudanças profundas após a eleição presidencial brasileira.

Apesar de verem alguns sinais de abertura por parte do governo Dilma Rousseff (candidata à reeleição pelo PT) e a possibilidade de um diálogo mais intenso na área de comércio caso Aécio Neves (candidato do PSDB) seja eleito, analistas americanos afirmam que as diferenças entre os dois candidatos são pequenas no que se refere às relações bilaterais.

“As expectativas em relação a Dilma ou Aécio são bem menos distantes do que se poderia pensar”, disse à BBC Brasil o cientista político Matthew Taylor, da American University, em Washington.

“A grande questão é: um governo Aécio traria um grau maior de mudança (nas relações bilaterais) do que o visto sob o PT? E eu não estou certo disso”, afirma.
Para Taylor, parte da explicação está no próprio histórico dos dois países, que constantemente se posicionam em lados opostos em questões como os recentes conflitos na Líbia, na Síria ou na Ucrânia.

“Há um problema nas relações entre Brasil e EUA que está mais enraizado do que qualquer escândalo em particular”, afirma.

“Acho que o Brasil é historicamente desconfiado da hegemonia dos EUA. E isso não é algo do governo do PT, isso vem desde os anos 1950 ou até antes, tem a ver com questões de soberania e autodeterminação na política externa”, ressalta.

Saiba Mais: bbc