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Sininho diz que eleições são “uma farsa”

Em uma pequena sala comercial no coração da Cinelândia, no centro do Rio, funciona o escritório de Marino D’Icarahy. Ele comanda a assessoria jurídica que defende 14 dos 23 manifestantes indiciados pela polícia fluminense por atos violentos em protestos que tomaram as ruas cariocas desde junho de 2013.

Entre os ativistas defendidos por D’Icarahy, talvez nenhum tenha ganhado tanta visibilidade quanto a jovem porto-alegrense Elisa Quadros, de 28 anos, batizada entre seus companheiros de militância como Sininho pelo estilo espevitado e intenso a despeito da aparência frágil – a exemplo da personagem de Walt Disney.

Elisa diz que não fala com a imprensa porque não lhe tem respeito. D’Icarahy compartilha da opinião, mas aceitou que Elisa concedesse uma entrevista ao ig. Nela, Sininho disse que não vai se candidatar a nada, por ver nas eleições uma “farsa”.

“Nossa questão não é “não vamos mais votar, não queremos mais eleição”. Não é. A questão é a farsa das eleições: compra de votos, coligações, partidos de aluguel. Por que eu como indivíduo não posso me candidatar? Se o povo quer que eu me candidate, por que sou obrigada a me filiar a um partido? Tem que acabar com essas coisas, é uma máfia, uma máfia. Eu, como cidadã, sou obrigada a votar, mas não tem candidatos bons, e ainda vou ter que pagar uma multa porque não vou. (pausa) Por mais que o candidato seja maravilhoso, ele tem três caminhos: ou ele se corrompe, ou vai ser assassinado – e temos vários casos de políticos que encararam o sistema e foram assassinados – ou vai receber o dinheiro por fora para não fazer nada, como é a maioria dos poucos que restam.”

Saiba Mais: ig