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“Sinopse do país: virão novos impostos em nosso couro. São farsantes”, diz Aldir Blanc

Da coluna de Aldir Blanc no Globo:

 

Jornalistas importantes ressaltaram que o escândalo da carne estragada, depois de várias tentativas de abafa, veio a público graças à perseverança de um homem honesto, o auditor Daniel Gouvêa Teixeira. Não estranhem se ele acabar preso. Quebra de confidencialidade, algum pretexto safado assim. Porque no país em que vivemos, o culpado é a vítima ou quem procura fazer justiça. Vejam o caso do goleiro assassino Bruno. Esse bandido nefando, solto por um supremete nervosinho, sequestrou, espancou, manteve em cárcere privado, torturou e assassinou, com requintes de crueldade, Eliza Samudio, e ocultou o cadáver. A vítima, mãe de um filho do assassino, pode ter sido devorada por cães ainda viva, o que constitui crime pra lá de hediondo.

É inaceitável que esse monstro apareça diariamente na mídia em posts, selfies e outras bibiquices na moda. Se continuar assim, Bruno vai acabar estrelando uma chanchada sobre a vida do mini da Agricultura, o Blairo do Caldinho. O filme se chamará “Blai-Blai, Pernil”. Interessante como a justissa dos Gilmares, a turma da disenteria, está usando vendas transparentes ofertadas pela Fiesp, aquela entidade do pato amarelo, cujo o boss(ta) Skafedeusse desde que foi citado em delação.

Os manés não sabem o que é terceirização. Seguinte: suponham que um sujeito chamado Aôncio do Churrasco tem um buteco em Honório Gurgel. Casado há dez anos, seis filhos, conheceu uma massagista exótica, Láudia Cruzcredo. Deixou o bar na mão de um cúmplice e abriu um motel em Nilópolis, onde vende pó de furnas e vive na maior neve com a amante. Pode-se dizer que Aôncio terceirizou, entenderam?

Sinopse do país: caiu a qualidade de vida, e Meirelles anunciou a revisão do aumento do PIB para zero. Virão novos impostos em nosso couro. São farsantes. Vejam o que Treme-Temer fez com o escândalo da carne podre. Foi pra melhor churrascaria de Brasília, especializada em carne importada… Na foto do GLOBO, aparece fincando o garfo na língua mentirosa. A seu lado, um senhor olha para o prato como se houvesse uma barata sob a picanha. A fila anda. Um oriental confere o presigárgula com ar de dúvida tipo “ele vai engolir?!”. E para o realce definitivo aparece um sósia de ChinkunCunha. Por que o temeroso não desfilou em carro alegórico, cantando o repertório do Rei, durante a matança na grande Vitória?

Em qualquer país sério, Blairo do Caldinho cairia, seguido de Serraglio, um minijus que chama o capo do esquema de “Grande Chefe”. Fora! No escândalo, brilhou o veterinário Flavio Evers Cassouleta. Vivia pedindo austeridade e clamando contra Luladrão. Foi preso por querer certificados sem fiscalização e possui patrimônio incompatível com o salário. Me fez recordar o parlamentável Caio “Dentro” Nárcio: “Dedico meu voto a papai, o incorruptível”. Na semana seguinte, papi foi em cana.

Sobre o tríduo: tentei ver a Bandfolia, mas preferi um exorcismo em canal pseudo-religioso. Muito mais animado.