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Temer é “cúmplice” do impeachment e “usurpador do poder”, afirma Dilma

Do Congresso em Foco:

 

Durante evento realizado na manhã desta sexta-feira (6) no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff chamou seu vice, Michel Temer, de “cúmplice” do processo de impeachment e de usurpador do poder.  ”Todos aqueles que são beneficiários desse processo, como por exemplo, infelizmente aqueles que estão usurpando o poder, como o senhor vice-presidente da República, são cúmplices de um processo extremamente grave”, disse Dilma.

A presidente também aproveitou a ocasião para criticar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem chamou de “pessoa destituída de princípios morais e éticos”. “Foi necessário uma pessoa destituída de princípios morais e éticos acusada de lavagem de dinheiro, de possuir contas do exterior para perpetrar o golpe”, declarou Dilma, enfatizando o argumento de que o processo de impeachment deflagrado por Cunha em dezembro foi uma retaliação à decisão do PT de não apoiá-lo no Conselho de Ética da Câmara, onde ele responde a uma representação por quebra de decoro parlamentar.

“Ontem o Supremo disse que o Eduardo Cunha era uma pessoa que usava de práticas condenáveis e uma delas foi a chantagem explícita com o meu governo”, disse Dilma, acrescentando que essa é “uma questão tão descarada” que o “pecado original não pode ficar escondido”.

Cunha também foi alvo de críticas de representantes de movimentos sociais e demais entidades presentes no evento. Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), disse que o peemedebista é o “maior bandido da história recente do Parlamento brasileiro”. “É importante que se diga que há um golpe em curso no Brasil que passou pela Câmara conduzido pelo Eduardo Cunha, o maior bandido da história recente do Parlamento brasileiro. Ele foi afastado ontem, muito bom, mas agora temos que  perguntar: por que não foi afastado antes? O pedido de afastamento é de dezembro, por que demorar quatro meses para afastar o cidadão?” questionou Boulos.

“Porque esse cidadão vem, faz o trabalho sujo e depois vai embora. E tem gente que diz que é uma tentativa de higienizar o governo golpista neste país. Nem com muito desinfetante vão conseguir higienizar”, declarou o coordenador do MTST. Segundo ele,  haverá resistência ao afastamento de Dilma. “Uma coisa é o jogo jogado no carpete da Câmara e do Senado. Outra coisa é o jogo jogado nas ruas deste país. Ali o povo esta mobilizado para resistir a esse golpe.”