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Temer quer apoio de Aécio para emplacar aliado de Cunha na presidência da Câmara

Do Globo:

 

Pressionado pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente interino, Michel Temer, tenta um acordo com a antiga oposição, composta por PSDB, DEM, PPS e PSB, para viabilizar uma sucessão na Câmara com um nome de interesse do peemedebista. Na semana passada, Temer procurou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), em busca de apoio a um deputado do centrão que assuma o mandato-tampão de presidente da Câmara até o final deste ano.

Na conversa ocorrida no Palácio do Jaburu, Temer explicou a Aécio que desejava ajudar na eleição de um presidente da Câmara que não trabalhe pela cassação do mandato de Cunha. O nome que melhor se encaixa nesse perfil, na análise do Palácio do Planalto, é o do deputado Rogério Rosso (PSD-DF).

Há resistências entre os partidos da antiga oposição, mas elas podem ser superadas — desde que haja um compromisso de apoio, por parte do governo e do PMDB, a um integrante de PSDB, DEM, PPS ou PSB para presidir a Câmara entre 2017 e 2019.

PLANALTO NEGA INTERFERÊNCIA

Segundo relatos, Temer demonstrou preocupação com Cunha, que tem buscado a ajuda do governo para não ter o mandato cassado. No encontro com o presidente interino, Aécio deixou claro que qualquer tipo de apoio da antiga oposição a Rosso depende de uma reciprocidade ano que vem.

Esta condição, na avaliação de auxiliares de Temer, pode atravancar o acordo. No centrão e no PMDB há candidatos que desejam disputar a presidência da Câmara no próximo ano. O Palácio do Planalto negou que pretenda interferir nessa eleição.

— Até admitiríamos um nome transitório agora, desde que haja um compromisso do Michel e do PMDB com esses partidos para o próximo ano. Não tem sentido o PMDB ficar novamente com a presidência das duas Casas, e este núcleo de partidos que possibilitou o impeachment de Dilma ficar de fora do comando — diz um tucano que participa das articulações.

Está prevista para a semana que vem uma reunião entre líderes da antiga oposição para que seja firmado um núcleo de ação conjunta. Há o temor de que, se não trabalharem unidos, esses partidos sejam atropelados pelas outras siglas que formam a base do governo Temer. Deputados da antiga oposição dizem que está fora de discussão a negociação de votos para salvar o mandato de Cunha.