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“Tomo 4 remédios que deveriam derrubar um boi e não durmo”, diz dono da Kiss na 1.a entrevista depois da tragédia

 

Processado criminalmente por 242 homicídios e pela tentativa de homicídio de centenas de outras pessoas, Elissandro Spohr, o Kiko, um dos proprietários da Boate Kiss, rompeu o silêncio e falou por três horas com o jornal Zero Hora no início da noite de quinta-feira – a primeira entrevista a um jornal desde que a tragédia ocorreu.

Em Porto Alegre, no escritório do advogado Jader Marques, Kiko admitiu que tem responsabilidade nos fatos ocorridos em Santa Maria em 27 de janeiro, acusou os órgãos públicos do município e do Estado de não cumprirem com suas obrigações e questionou a perícia que apontou a espuma do palco – colocada por ordem dele – como a causa da maior tragédia do RS e uma das principais do Brasil.

Ao contar que se tornou dono da Kiss quase por acaso, Kiko, 30 anos completados na prisão e pai de uma filha de cinco meses,
admitiu que desconhecia a capacidade da casa e a obrigação prevista em lei de que funcionários recebessem treinamento de prevenção e combate a incêndio.

Perguntado sobre como é a sua vida sem a Kiss respondeu:

“Não saí lá de dentro da Kiss ainda. Eu acordo e durmo pensando. Estou sem dormir desde o depoimento da Nat (Nathalia Daronch, mulher de Kiko, depôs no fórum de Porto Alegre semana passada). Tomo quatro tipo de remédios que deveriam derrubar um boi e não durmo. Não consigo arrumar emprego. Quem vai me dar emprego? Estava procurando emprego. Na verdade, não tenho como sair na rua.”

Saiba Mais: Zero Hora