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Tribunal decide que Moro pode, sim, proibir que advogados entrem com celular nas audiências

Juiz celebridade, em evento da Jovem Pan

A 8a.Turma do TRF 4 decidiu hoje que o juiz Sérgio Moro agiu certo ao impedir que os participantes da audiência em que foi tomado o depoimento de Lula não entrassem com os celulares na sala. A defesa do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, havia questionado a proibição, através de um mandado de segurança, por considerar que celular é instrumento de trabalho do advogado. Para os desembargadores que julgaram o mandado de segurança, o juiz tem o direito de fazer a proibição, se entender que o aparelho pode prejudicar o andamento da audiência. A propósito, e isso não constou do julgamento, Sérgio Moro já usou o celular durante audiência — outra audiência da Lava Jato, não a de Lula —, quando a defesa ouvia uma testemunha que ela mesma havia chamado. Moro parecia não prestar atenção. O advogado pediu para parar os trabalhos, esperando que o juiz terminasse o que fazia no celular. Moro comentou que conseguia fazer duas coisas ao mesmo tempo: ouvir a testemunha e mexer no celular. Diante da insistência do advogado, ele colocou o aparelho de lado. Também da sala de Moro saiu, em outra ocasião, o vazamento de informação ao vivo, de uma audiência que deveria ser sigilosa, para o site Antagonista, que a esposa do magistrado, a advogada Rosângela, compartilha muito. Certamente, o vazamento partiu de celular, e o advogado José Roberto Batochio pediu para verificar quem vazava, e punir, pois se trata de crime. Moro indeferiu. Esses fatos não foram objeto da análise do TRF, mas são bastidores interessantes da Lava Jato.