Fernanda Lima não é culpada pelo racismo da Fifa

Atualizado em 24 de outubro de 2014 às 16:04

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A ex-modelo e atual apresentadora de TV Fernanda Lima fez um sucesso enorme no sorteio dos grupos da Copa do Mundo. O jornal inglês “Daily Mail”, num chute, afirmou que dez pessoas por segundo estavam tuitando seu nome enquanto ela estava no palco em seu vestido dourado com sapatos combinando. O jornalista esportivo inglês Gavin Caney a descreveu como “a verdadeira ganhadora” do evento.

O Clarín, argentino, escreveu que Fernanda levou todos os olhares. E lembrou: “estrela das novelas brasileiras, é mãe de gêmeos e sua escolha gerou polêmica porque muitos criticaram a decisão da Fifa de optar por uma loira de olhos claros”.

Fernanda se viu no meio de uma discussão sobre o racismo da Fifa e se tornou, para alguns, o símbolo do preconceito. Falou-se que os primeiros escolhido teriam sido os atores Lázaro Ramos e Camila Pitanga. Ocorre que a Fifa não os convidou, como confirmou a própria Pitanga. Mas Fernanda, tida como a usurpadora, apanhou e apanhou.

“Eu sou funcionária, uma comunicadora. Fui convocada e como tal aceitei e vou fazer o meu trabalho. O que eu tenho a ver com isso? Só porque eu sou branquinha?”, disse à jornalista Mônica Bergamo. “Não discrimino ninguém. Também não levanto bandeiras. Simplesmente acho que a gente tem que ser respeitado, sem violência. Eu não alimento esse tipo de coisa”.

Fernanda não deveria ser massacrada por topar fazer um serviço para o qual foi paga. Ela não é a burocrata responsável por mandar negros para campos de concentração. E a pessoa cujo posto ela teria roubado não é alguma atriz negra militante, mas Camila Pitanga, que, no fundo, é tão branca quanto ela. Ou alguém ouviu falar da batalha de Camila contra o racismo na programação da Globo?

Fernanda apareceu, deu seu recado, causou, apagou miseravelmente a presença do marido Rodrigo Hilbert e partiu. Sim, o Brasil é racista, a Fifa você já sabe, mas não é transformando Fernanda num capitão do mato que o debate vai avançar. Se ela tem culpa de alguma coisa, é de apresentar um dos programas mais desprezíveis da televisão mundial, o “Amor & Sexo”. Aquilo é um acinte.