Festa na Favela: a vitória épica do Corinthians

Atualizado em 10 de outubro de 2014 às 16:55
Almighty
Almighty

Ladies & Gentlemen:

Terminadas minhas férias, estou de volta. A primeira partida que vi, no futebol brasileiro, foi Corinthians versus São Paulo.

Boss tinha me dito que o Almighty não estava jogando nada. Dei sorte, então. O Corinthians fez uma grande partida.

Ficou clara para mim uma coisa: o espetáculo do futebol melhora muito quando você tem arquibancadas cheias, gramado bom e um estádio bonito.

A melhor partida perde muito do encanto quando não as cadeiras estão vazias e o gramado é precário.

No campeonato do ano passado, este quadro desolador se repetiu muitas vezes. Pós-Copa, isso parece ter mudado.

Gostei, particularmente, de um jogador. O garoto Malcom, de 17 anos. Você vê que ele é claramente influenciado por Messi.

Canhoto, drible fácil, boa visão de jogo, arranca da direita para a esquerda. Tem petulância, algo vital para quem aspira a ser craque.

Para entregar o que promete, tem que ser constante. Boss me diz que ele tem jogado regularmente bem. A partir de agora, vou acompanhá-lo.

Boss tinha elogiado, para mim, o time do São Paulo. Tentei, mas não vi nada nele, para ser franco.

O que mais me impressionou no São Paulo foi a compulsão dos jogadores e do treinador em reclamar.

Dois pênaltis claríssimos para o Corinthians foram contestados sem nenhuma razão.

Imagino se estivesse em campo Rogério Ceni, que Boss por implicância chama de Moron, especialista em se queixar do árbitro.

Boss me traduziu uma das faixas que os torcedores do Corinthians portavam. Party in the slum. Festa na favela.

Gostei.

Mas o personagem deste domingo não estava na Arena Corinthians. Estava na minha terra, Manchester.

Meu time, o glorioso Man City, recebeu a sensação da Premier League, o Chelsea de Mourinho.

Estávamos perdendo de um a zero, um resultado que daria uma grande dianteira ao Chelsea no campeonato depois de cinco vitórias nas primeiras cinco partidas.

Com um a menos, chegamos a um empate épico com um gol de uma lenda do Chelsea, Frank Lampard, emprestado para nós até o início da temporada de 2015 do futebol dos Estados Unidos.

Lampard não comemorou. Não se deixou sequer abraçar pelos companheiros.

Foi um momento glorioso, digno de uma estátua.

Todos esperavam ver Diego Costa no jogo, ele que marcou sete gols nos primeiros cinco jogos do Chelsea.

Mas quem brilhou mesmo foi o velho Lampard, um gigante moral e futebolístico.

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura