Fomos muito radicais ao abolir a escravidão. Por Leo Mendes

Atualizado em 26 de março de 2017 às 9:41

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Tiramos os açoites e aposentamos o pau-de-arara, e logo os direitos trabalhistas já atravancavam o crescimento de nossa economia.

Nada pode ser tão radical, é preciso saber conciliar as coisas, parar com isso de nós contra eles.

Latifundiários, herdeiros de grandes fortunas e monopólios, especuladores do mercado financeiro não são nossos inimigos.

A burguesia cheirosa é, na verdade, a garantia de nossa nobreza, de nosso futuro.

Precisamos proteger e amar os ricos, como disse Dácio Campos, encantado por Mônaco, diretamente de uma afiliada da rede Globo.

Precisamos defender a democracia e as instituições, que funcionam quase perfeitamente.

Precisamos defender nosso presidente Michel Temer, e seu programa de governo, que numa democracia representativa nada mais é do que a vontade do povo que foi às urnas.

Ajustes sempre são possíveis, e mesmo necessários, como a extinção de órgãos inúteis como a Justiça do Trabalho. Quem melhor para fiscalizar o trabalho do que o próprio mercado e os empresários?

São eles que com grande visão estratégica, capacidade de gestão, coragem e ousadia, fazem crescer as riquezas do nosso país, como um grande X multiplicador.

Seus herdeiros são a garantia de que essa riqueza será gerida por homens de bem.

Sim, fomos muito radicais ao abolir a escravidão, mas já há tempos descobrimos o movimento dialético do materialismo histórico, graças a Deus.

A terceirização irrestrita, a reforma da previdência e as demais modernizações trabalhistas necessárias são a volta do chicote dialético, branindo no ar de novos tempos.

A síntese dos estragos impostos por governos populistas do século XX e início do século XXI, dos avanços produtivos conquistados pela chibata.