Huck vai pensar bem se quer como inimigo o ex-parceiro Aécio, aquele capaz de mandar matar o primo. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 12 de novembro de 2017 às 19:27
Huck: “Nunca misturei amizade com política ou negócios em nossa relação”

Antes de Aécio dar a facada nas costas de Luciano Huck, o apresentador havia feito o mesmo com ele, retirando das redes sociais todos os registros de uma bonita amizade.

Aécio Neves é um pária, um ficha suja, um Temer socialmente — e Huck não convive com isso. Seu lugar é com os vencedores.

Os pobres entram em seu programa como figuração, como as colegas de trabalho de Silvio Santos.

Na vida real, ele mantém o povo a uma distância segura, como em Angra dos Reis, onde foi multado por cercar sua mansão com uma maricultura fajuta.

Aécio está correto em seu diagnóstico.

A candidatura de Huck à presidência é mesmo a “falência da política”, como declarou no sábado (11), numa convenção estadual tucana em Minas, segundo a Folha.

“É um pouco do momento de desgaste generalizado pelo qual passa a política. O Luciano é um sujeito muito capaz, inteligente, mas agora é preciso conhecer o que ele pensa sobre as mais variadas questões que demandam a posição de um homem público”, falou Aécio.

“O tempo é que vai dizer se ele está ou não preparado para esta missão”.

Embora a observação faça sentido, ela é carregada de rancor e de uma cara de pau digna de Aécio: a tal falência foi causada por gente de sua laia. Que tipo de aula ele pode dar?

Em maio, ele apareceu naquele grampo com Joesley Batista pedindo 2 milhões de reais. Daí em diante se dedica a sobreviver rastejando entre seus pares.

É curioso que Huck tenha chances reais exatamente a partir da debacle do velho companheiro, da terra arrasada por Aécio.

Mas ele vai ter que pensar bem se deseja ter um jagunço como inimigo. Aquele Aécio das baladas, cheio de amor pra dar, era um. O outro, o real, é o que manda o primo buscar a grana com o bandido porque tinha que “ser um que a gente manda matar”.

Huck é tudo, menos suicida.