Linchamentos incentivados por extremistas como Holiday não podem prevalecer numa democracia. Por Donato

Atualizado em 11 de abril de 2017 às 18:29
Holiday
Holiday

 

Constranger, intimidar, acuar. Não é desequilíbrio psicológico de integrante do BBB da Globo não. É a tática fascista, velha de guerra, utilizada pela direita conservadora e seus líderes de meia tigela.

A vereadora Sâmia Bomfim e a suplente Isa Penna tiveram seus telefones divulgados à revelia, intencionalmente, para que fossem constrangidas, intimidadas, atacadas verbalmente por quem quer que aprecie – e tenha tempo ocioso – fazer isso. Ambas acusam o vereador Fernando Holyday de ser o mandante.

Por essa razão, a bancada do PSOL entrou nesta terça-feira com um pedido de cassação do mandato do líder do MBL (Movimento Brasil Livre).

Não será a primeira vez que Holiday tem seu mandato questionado frente à sua conduta ainda digna de militante rebelde. Em fevereiro, seus assessores invadiram o gabinete da liderança do PT durante uma reunião com o senador Lindberg Faria e agredirem física e verbalmente alguns funcionários do partido.

A vereadora Juliana Cardoso também solicitou a cassação de Fernando Holiday na ocasião.

Ameaçar parece ser o modus operandi padrão de quem não é afeito a debates nem respeita o contraditório. E os líderes do MBL, com seu posicionamento favorável a que a população ande armada, por exemplo, dão mostras de como encaram um diálogo: com o coldre na cintura.

Enquanto ainda não podem fazer isso livremente, estimulam seus seguidores a fazê-lo virtualmente. Uma avalanche de impropérios, um linchamento virtual contra o opositor.

A deputada Maria do Rosário classificou como ‘tortura digital’ o que fizeram com sua filha Maria Laura, de 16 anos. O vazamento de fotos com legendas falsas que rotulavam a menina como usuária de drogas e doente terminal teve como alvo a mãe.

“Eu me senti muito mal, pois usaram a minha filha para me atingir. Aquelas legendas falsas e mentirosas foram feitas e divulgadas com intenção política de dizer que eu não sou uma boa mãe”, disse a deputada que acionou a Polícia Federal e o Ministério Público para identificar e punir os criminosos por incitação ao ódio.

“Foi mais uma violência, além de todas as palavras ruins e o ódio nas rede sociais e dentro do próprio Congresso contra mim. De tudo que passei na vida, foi o pior ataque que sofri”.

Maria do Rosário é ex-ministra dos Direitos Humanos, a pasta preferida em termos de achincalhe dos trogloditas que defendem o lema ‘bandido bom é bandido morto’. Uma turma que confunde desmilitarização com fim das polícias. Um pessoal que não se contenta em opor-se. Acredita que é preciso perseguir, eliminar.

Na última semana, Fernando Holiday esteve visitando escolas ‘de surpresa’ na busca por algum flagrante de doutrinação bolivariana. O gesto de intimidar professores como representante do Escola Sem Partido fez com que o deputado estadual Carlos Giannazi protocolasse uma representação contra Holiday no Ministério Público de São Paulo e outra na Corregedoria da Câmara Municipal.

Ninguém pode se dizer surpreso. Fernando Holiday desde o dia da eleição (2 de outubro do ano pasasdo) já dava sinais de acreditar-se acima da ralé.

Naquele domingo, saindo da votação, Holiday fez campanha – o que é proibido – e postou a mensagem: “Bom dia! Hoje é dia de votar 45 e 25.024 para renovar a política e colocar o dedo na cara dos corruptos.”

O Ministério Público Eleitoral pediu abertura de inquérito policial contra o vereador por cometer crime (feriu o artigo 39, parágrafo quinto, inciso III, da lei 9.504/97). Mas ele continua por aí, fazendo visitas surpresas, ameaçando, incitando o ódio.

Até quando?