‘Me vi fazendo sexo na sala de casa enquanto era observada por um homem desconhecido’

Atualizado em 31 de janeiro de 2016 às 12:34
por Manara
por Manara
No último capítulo tive a primeira experiência realmente exibicionista da minha vida. Me vi fazendo sexo na sala da minha casa enquanto era atentamente observada por um homem desconhecido que tomava nota.
Vicente, o escritor que propôs um livro realista baseado nas minhas experiências sexuais, primeiro observava comedido. Depois, como num acesso criativo, escrevia frenética e ruidosamente.
(…)
Ele a tirou do próprio colo com violência e a empurrou para o sofá. Gosto da linguagem sexual violenta que eles usam: parece preceder uma perversão qualquer. Ela estava no sofá da própria casa, com as pernas abertas o quanto podiam e um olhar pervertido que se dividia entre nós dois, enquanto era atentamente observada por um velho que acabara de conhecer.
 
Por um momento que me pareceu curto demais, tive a visão livre daquela mulher completamente entregue, sem nenhuma vergonha ou constrangimento, com um olhar lascivo de quem esperava pelo momento alto daquela noite. Ele a chupava devagar, quase numa degustação, enquanto ela se contorcia na minha frente.
Beijou-o para sentir o próprio gosto, enquanto explorava cada centímetro do corpo dele com as mãos delicadas. Sussurrou qualquer coisa ininteligível em seu ouvido e olhou rapidamente para a cena patética de um expectador em frente a um computador. 
 
Ele concedeu o seu pedido, apoiando-a de costas no sofá. Transaram como se protagonizassem um espetáculo. Ele a penetrava com avidez e ela gemia como quem ensaiara. Os gemidos tornaram-se rápidos e ritmados, até que, finalmente, aquietaram-se, com as respirações ofegantes formando uma sinfonia. Ele olhou-me nos olhos, de relance, com o orgulho estampado no rosto por ter acabado de proporcionar prazer a uma mulher.
(…)
Vesti-me enquanto o velho escritor observava, ainda atônito.
– Posso ver o produto?
– Não está pronto. Ainda temos alguns capítulos pra construir juntos. – respondeu, com um sorriso quase cínico.
Caminhei até ele enquanto Marcos se servia de um copo d’água e sussurrei: “Na próxima vez ele não vem.”
Eu já tivera uma ideia para o próximo capítulo.
[continua]