Michel Temer é Michael Phelps às avessas. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 14 de agosto de 2016 às 0:23
Phelps em família
Phelps em família

 

Esta Olimpíada ficará marcada pelo contraste entre duas figuras de mesmo prenome: Michael Phelps e Michel Temer.

As semelhanças entre eles terminam aí.

Phelps está se despedindo dos Jogos aos 31 anos gloriosamente. No sábado, juntou mais um ouro à sua coleção, totalizando 23. É o maior atleta da história das Olimpíadas.

Foi um monstro no revezamento 4X100 medley. Pulou na água com um rival britânico à frente, entregou para o colega na liderança.

Finda a prova, chorou copiosamente. Na plateia, sua mãe, Deborah, e a mulher, Nicole, também se emocionaram. Nicole levou o bebê do casal, Boomer, de 3 meses, a várias apresentações do marido. O público o ovacionou.

O carinho dos brasileiros, desde o primeiro dia, chamou sua atenção e a de sua família. “Tinha tanta excitação vinda da torcida que era impossível não sentir durante a prova. Eu não sei se já ouvi algo parecido com isso”, falou.

Nicole também ficou impressionada: “Foi incrível. É uma honra vir aqui, poder assistir, estar no Brasil. Foi ótimo, os torcedores realmente têm um carinho muito grande com o Michael. O Brasil é um lindo país”.

Se Phelps está saindo de cena em alto estilo, consagrado e respeitado, seu xará Michel se prepara para assumir o leme da nação a reboque de um impeachment fraudulento. Michael é um gigante, Michel é um anão.

O momento mais importante na vida de MT é fruto de um golpe e os Jogos congelaram a imagem dele como um sujeito abjeto e desprezado.

Apesar de todas os truques para tentar abafar as vaias na festa de abertura, apesar de um discurso de 12 palavras, os apupos no Maracanã foram ensurdecedores.

Não houve maneira de parar o “Fora Temer”. Policiais, membros da Força Nacional, voluntários expulsaram homens e mulheres de arenas e rasgaram os cartazes de protesto.

A orientação era reprimir. Nem assim o Mineirão ficou quieto, nem assim as pessoas deixaram de se manifestar. O ódio ao interino é maior que o medo de porrada.

Michael Phelps sai do Rio como uma lenda do esporte, reconhecido por seu gênio, querido por seu compromisso com o que faz e por uma postura humilde, que conquistou quem o viu.

Michel Temer tenta ver se existe um jeito de fugir da cerimônia de encerramento por causa do vexame óbvio. Consumado o golpe no Senado, vai procurar se arrastar até 2018 com seu ministério de ladrões e incompetentes e seu projeto de levar o país para o passado.

Ganhou a medalha de ouro da vergonha, entregue por um bando de vagabundos.