“Não vou ser submisso a um tirano como Paulo Hartung”: o desabafo do tenente da PM do ES. Por Sacramento

Atualizado em 9 de fevereiro de 2017 às 7:14
O tenente coronel Foresti
O tenente coronel Foresti

 

Um tenente-coronel da Polícia Militar responsável pelo Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), onde funciona a central do 190 do Espírito Santo, teve uma crise nervosa ao saber do atentado contra dois militares na cidade de Cariacica, na região metropolitana da Grande Vitória.

De acordo com informações do Gazeta Online, o oficial Carlos Alberto Foresti estava sob estresse por causa da demanda de trabalho dos últimos dias e havia alertado sobre o perigo de enviar policiais sozinhos para as ruas.

Em um áudio que se espalhou pelo Whatsapp, o tenente-coronel desabafa e demonstra indignação contra o governo de Paulo Hartung (PMBD), o qual chama de tirano.

No momento da gravação ele acreditava que os policiais baleados corriam risco de morrer, mas eles foram atingidos no braço e na perna e estão fora de perigo.

Atenção tropa, aqui é o coronel Foresti. Estava aqui responsável pelo Ciodes e avisei aos comandantes “Não coloquem nossos policiais em locais de risco, não coloquem nossos policiais para trabalhar no PO que eles estariam correndo risco de vida”. Era um risco, que a gente deveria ter muito cuidado com a vida dos nossos familiares.

Eu estou aqui, desde quando começou esse movimento, trabalhando aqui, segurando as ondas, ajudando esse governo, emagreci mais de cinco quilos nesses últimos três dias, sacrificando a minha família. E agora, ao tomar conhecimento de que policiais foram baleados e podem morrer em Cariacica, os meus guerreiros, eu me revoltei, estou revoltado e não vou aceitar essa situação.

Não se entreguem, não vamos perder essa guerra para o André Garcia, esse ditador e nem para esse governo que está fazendo isso com a gente. Tomem os quartéis, não aceitem mais ordem de ninguém a não ser que eles sentem para negociar e atendam os pedidos. Eu não quero mais pedir, eu não preciso de salário, eu varro a rua, eu vou ser gari, eu varro a rua de vocês, mas eu não vou aceitar ser submisso a um tirano como Paulo Hartung e ao secretário André Garcia.

Eu trabalho aqui na Secretaria de Segurança desde que criaram esse prédio. Trabalhei em dois governos, com Rodney, trabalhei um governo do Casagrande e esse governo aqui do Paulo Hartung. Mas por favor, me ouçam, me ouçam, o secretário nunca subiu aqui no segundo pavimento para dar bom dia para a gente. O dia em que ele subiu foi quando o teto desabou.

Nós trabalhamos com coronel Laércio para reduzir os índices de homicídios nos últimos cinco anos como cachorros e agora ele vem e exonera o nosso comandante, o melhor comandante que eu já tive. Isso aqui já virou uma palhaçada, esse governo é tirânico. Se a gente aceitar isso agora não vai mudar nunca. Isso aqui é a república do Paulo Hartung e o ditador colocou como general dele o André Garcia.

Ele não obedece nem a deputado, não obedece a senador, não obedece a ninguém. Olha os índices de homicídio, eles subiram mais de três mil por cento, quatro, cinco mil. É a Polícia Militar que põe ordem na rua. Não se entreguem, nós vamos até o fim. Eu morro, mas não rebaixo a minha cabeça.