Ladies & Gentlemen:
Leio, na mídia britânica, uma pergunta: Neymar já é melhor que Cristiano Ronaldo?
São jogadores equivalentes, em minha opinião. Rápidos, imprevisíveis, chutadores exímios.
Estão no mesmo nível.
Mas a perguntava não terminava ali. Tinha uma continuação: “Neymar já é melhor que Messi?”
O contexto é que Messi estava fora do Barça, contundido, e Neymar acabara de fazer um gol de placa.
A resposta é fácil: não. Neymar ainda não é melhor que Messi. E nunca será.
Messi, na fase pós-Pelé, teve apenas um equivalente: Maradona. A maior diferença entre estes dois canhotos geniais está na cabeça.
Para o bem e para o mal, Maradona é mais complexo mentalmente que Messi. Isso o fez agarrar o time apenas médio da Argentina em 1978 e levá-lo ao título mundial no México. Mas também o fez ser o jogador problema que foi.
Messi é mais simples do ponto de vista psicológico. Apenas joga. E com tanta leveza que parece estar disputando um jogo de firma num feriado. Sem tensão, sem pressões, sem nada.
Messi tem uma habilidade que Neymar e Cristiano Ronaldo jamais terão. Estes dois podem ser comparados a Ronaldo Fenômeno, mas não a Messi.
A pergunta da mídia me mostrou principalmente uma coisa: como é efêmera a glória no futebol.
Messi estava apenas contundido e já tentavam arrumar um substituto talvez “melhor”.
Mas bastou que ele voltasse para que a justa hierarquia se restabelecesse. Contra o Roma, na Champions League, Messi fez um gol de, well, Messi, e já retomou o comando supremo do time.
O maior mérito de Neymar, em sua relação desigual com Messi, está em aceitar que é o segundo violino no Barça.
Poderá ser o primeiro depois que Messi deixar o clube. Mas nunca será um jogador como Messi, e não há nada que o desonre nisso.
Nos últimos 40 anos, já com Pelé aposentado, apenas Maradona jogou tanto quanto o baixotinho argentino.
Aé Chrissie, minha azeda esposa que adoro discordar de mim em tudo, concordaria com essa minha avaliação.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura