Neymar vai fazer bobagem se deixar o Santos

Atualizado em 7 de novembro de 2012 às 16:54

Ele é mimado e manda mais que o presidente do clube. Fora, será mais um

Mr Iron Mask

Ladies & Gentlemen:

Neymar, o Iron Mask, ou Máscara de Ferro, é o principal objetivo de meu time, o glorioso Manchester City. Nosso técnico, Roberto Mancini, um italiano que arruma encrenca com todos os jogadores, está pessoalmente empenhado em trazer Neymar.

Ladies & Gentlemen: até minha mulher Chrissie, que discorda de mim em tudo, concorda em que Neymar fará uma enorme besteira se for jogar em Manchester.

É um rapaz acostumado ao sol, ao mar e às altas temperaturas. Manchester, minha cidade natal, é fria, cinzenta e, tenho que admitir, feia como Camille Bowles.

No Santos, Neymar é mimado. Pode até escalar quem queira, ou tirar do time um jogador que não esteja rendendo. Jamais será substituído, e manda mais que o técnico, que Pelé e que o próprio presidente do clube.

No Manchester, ele vai ser um na multidão. Sem falar inglês, ficará ilhado num pequeno mundo altamente ameaçador. Neymar lutará por uma vaga no ataque com craques como Tevez, Balotelli, Aguero e Dzeko.

Quem garante que ele vai ser titular?

Apenas a título de lembrança: Robinho, quando parecia ter um futuro arrebatador, foi jogar no City por um salário de 165 000 libras semanais. Foi um fiasco. Faltou a ele o mar de Santos, e a paparicação que ele tinha na Vila Belmiro.

Mas Scott, você poderia obtemperar, Neymar vai ganhar muito dinheiro. Respondo: e já não ganha, sob uma pressão infinitamente menor? Ele pode dirigir três Ferraris ao mesmo tempo? Ou dormir em três camas aristocráticas?

Se deixar o Santos, Neymar fará uma bobagem formidável – e não digo isso porque meu time no Brasil é o alvinegro da Vila Belmiro.

Sincerelly.

Scott

TRADUÇÃO: ERIKA KAZUMI NAKAMURA

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Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.