Lembrar para não repetir: Ana Paula do Vôlei e a vergonha indigente do velho eleitor de Aécio. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 18 de outubro de 2017 às 7:39

 

Um espectro ronda o Brasil: o espectro do eleitor desaparecido de Aécio Neves.

O tipo que usava até pouco tempo atrás a camiseta “Eu não tenho culpa, eu votei no Aécio” sumiu, depois de ir para as avenidas paulistas gritando que ele era superior em todos os sentidos, inclusive moralmente, à rival vitoriosa nas urnas.

Parte do engodo em que essa turma caiu foi porque a mídia blindou o tucano a vida inteira. Mas eles foram enganados porque queriam ser enganados.

Ninguém representa melhor as viúvas de Aécio do que Ana Paula do Vôlei, a ex-atleta que embarcou na campanha com toda a força da falta de inteligência e do fanatismo.

Ana Paula chegou a escrever o seguinte no Twitter, rede social onde vive: “Conheço Aécio e sua índole. Homem de bem, sério e com muito preparo”.

As imbecilidades foram muitas, mas vou parar por aí.

Uma vez desmascarado Aécio, ela vive agora de repetir o clichê de que não tem “bandido de estimação”, ao contrário de petistas. Não é verdade.

Sua obsessão continua sendo Lula e seja lá quem for que a ameace com um projeto “bolivariano” das esquerdas.

Topa qualquer negócio contra essa ameaça vermelha.

Casada com um cidadão filiado ao Partido Republicano, Ana Paula mora no EUA, é naturalizada americana, votou em Trump e se considera “conservadora moderada”.

Trump pode cometer quaisquer barbaridades, não importa — os olhos e ouvidos de Ana Paula estarão sempre voltados para os brasileiros.

Faz parte de um grupo chamado MoroBloco, de seguidores do juiz de Curitiba, um negócio que ninguém explicou ainda o que é e para que serve.

Numa entrevista à BBC Brasil do ano passado, se declarou admiradora de Ronaldo Caiado e de Antonio Anastasia. Anastasia, de acordo com ela, “trouxe uma serenidade que falta à nossa política no processo do impeachment”.

Está-se vendo a serenidade que o pupilo de Aécio e seus comparsas de PSDB nos trouxeram.

Sobre Jair Bolsonaro, ela é igualmente nonsense. “Penso do Bolsonaro o que penso do Obama: discordo de 90% do que ele fala, mas sei que é um cara do bem, que tem coração bom, uma índole boa.”

É mais ou menos a mesma estupidez que ela proferiu a respeito da “índole” do Mineirinho da Odebrecht, que ela jurava conhecer. 

O que a levou a pagar mico apoiando cegamente um jagunço como Aécio Neves foi o ódio.

A derrocada daquele que ela chamou de “líder” não serviu para uma autocrítica, mas para continuar na mesma cavalgada, apenas trocando o pilantra que ela jura que é santo por outro.

Quem vai ser o cavalo da vez? Eu faço uma aposta. Começa com Jair e termina com Bolsonaro. Afinal, ele é um cara do bem e tem um coração bom.

Os velhos fãs de Aécio Neves são, afinal de contas, como ele: não valem um pão de queijo.