O ato em defesa de Lula na Paulista foi o 1º grito contra o arbítrio. Por Zambarda

Atualizado em 13 de julho de 2017 às 0:11
Paulista, 12 de julho de 2017

A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em primeira instância pelas mãos do juiz Sérgio Moro nesta quarta (12) tinha tudo para atear fogo na Avenida Paulista.

A CUT, o MTST e os movimentos de esquerda convocaram uma manifestação no vão do MASP às 17h. Logo depois do anúncio no Facebook, o movimento Vem Pra Rua de Rogério Chequer chamou seus militantes para a frente da Fiesp às 18h.

A direita protagonizou um fiasco, com menos de mil pessoas na frente do local em que adoraram um pato gigantesco amarelo, enquanto os organizadores afirmaram que concentraram 5 mil militantes, além de um carro de som com a presença da ex-ministra de políticas para mulheres, Eleonora Menicucci, o líder do MTST Guilherme Boulos e diferentes dirigentes sindicais.

Os comentários sobre a atuação do juiz de Curitiba foram críticos na Paulista durante a noite.

“A sentença em si não é surpresa nenhuma, mas é uma surpresa seu comportamento ao longo da investigação. Parece uma cronologia. Nesta semana a classe trabalhadora foi atacada na CLT ao mesmo tempo em que havia uma comissão analisando acusações contra Temer. E daí vem a sentença do Moro e parece que ele está interessado em impedir o Lula de se candidatar”, disse o presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Luiz Marinho, ao DCM.

Para ele, prefeito de São Bernardo do Campo, se Sérgio Moro agisse como juiz, teria que inocentar o ex-presidente.

Jovens de esquerda e alguns vinculados com o PT também se manifestaram sobre os acontecimentos recentes na Avenida Paulista. “O que está acontecendo não afeta apenas o Lula, mas todos os pobres que ascenderam nos últimos anos”, declarou Débora, que foi usuária do ProUni e diz que não tem medo de coxinha, mas sim da democracia se perder depois do golpe.

“Essa condenação sem provas é a consolidação do golpismo depois de tirarem Dilma do poder. O Lula é o líder mais perigoso para a elite brasileira. Enquanto isso, o desempenho da senadora Gleisi Hoffmann foi sensacional diante da aprovação da Reforma Trabalhista. Ela e outras senadoras representaram as mulheres brasileiras e disseram ‘lutem como mulheres’”, destacou a ex-ministra Eleonora Menicucci antes de discursar na Paulista.

Guilherme Boulos conversou com o ex-presidente Lula e falou um pouco de como ele está depois de receber a notícia da condenação: “Ele disse que está firme e forte e que não vai ceder. O MTST está aqui hoje e vai discutir com os diferentes movimentos para futuras articulações”.

“Não houve efetivamente uma condenação até porque não houve julgamento com motivos realmente jurídicos. Foi realmente um ato político de Moro para impedir Lula candidato à presidência em 2018”, resumiu Vagner Freitas, presidente da CUT, ao DCM.

Perto da Fiesp, duas jovens loiras xingavam os “mortadelas” do MASP. “Vão pra Cuba! Vão pra casa, seus desocupados!”, vociferaram.

Mal sabem elas que quem estava ali estava lutando pela democracia. Para as jovens é mais cômodo ficar xingando ou se esconder depois de bater panelas e louvar um pato gigante de borracha.