O Datafolha mostra que Doria está morrendo abraçado ao fascismo do MBL. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 1 de outubro de 2017 às 12:03
Doria e seus amigos do MBL Arthur do Val (esq.) e Kim Kataguiri

O grande derrotado do último Datafolha é João Doria.

No cenário com Lula, ele tem apenas 8%, o mesmo que Geraldo Alckmin. Sem Lula, Doria vai a medíocres 10%, também empatado com seu criador.

No segundo turno, ele também fica nos mesmos 32% de Geraldo.

Doria começou a morrer politicamente na primeira incursão na cracolândia, em que garantiu ter acabado com ela. Passou os meses seguintes viajando pelo Brasil em campanha aberta para presidente. Abandonou a cidade. Fez merchã de empresas ligadas ao Lide.

A coisa culminou em seu ataque ao MAM. Num vídeo, Doria chamou de “libidinosa” e “absolutamente imprópria” a performance de Wagner Schwartz. Ainda bateu na mostra do Santander.

“Peço que aqueles que promovem a arte no Brasil tenham a consciência de que é preciso respeitar os que frequentam os espaços públicos”, comenta, o lábio superior cada vez mais imobilizado por aplicações de botox.

Doria embarcou na onda do MBL, na linha de frente das acusações de “pedofilia” no museu. A milícia fascista o apoia e ele recompensa de maneiras diversas. Uma delas, a mais visível, é dando cargo público aos rapazes.

Doria é um populista digital. A BBC deu uma matéria sobre os cinco softwares de ‘big data’ que ele usa para “ampliar” seu alcance nas redes.

A principal função dessa parafernália é fazer uma “psicometria” das redes sociais, ou “análise de sentimento”. Baseado nessas medições, Doria achou que valia a pena entrar na onda do MBL.

Não está dando certo. Extremistas fãs de Bolsonaro estão publicando fotos de João Trabalhador com Milu Villela, presidente do MAM, herdeira do Itaú e da mesma patota. A mulher dele, Bia, é artista plástica.

Nem Doria acredita em Doria. Ele se construiu em cima de uma fraude e confiando no barulho que os vagabundos do MBL fazem no Facebook, mais a papagaiada de seus marqueteiros.

Sua ambição e uma falta de noção de limite o levaram a trair Alckmin de maneira inaceitável mesmo para os padrões de falta de caráter da classe.

Duro vai ser se livrar dos kataguiris do coração quando não tiver mais o que oferecer-lhes em troca. Seus gremlins vão destruí-lo enquanto o velho Geraldo assiste de camarote, os farelos do biscoito caindo no babador.