O grave transtorno psiquiátrico de Reinaldo Azevedo se revelou no caso do cartaz de Aquarius. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 8 de setembro de 2016 às 11:12

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O grave transtorno psiquiátrico de Reinaldo Azevedo se revelou no caso do cartaz de Aquarius que usou uma frase negativa sua para promover o filme.

Um homem equilibrado e sensato teria fingido não ter visto. Sabe quando você é criança e percebe que tentam colocar em você um apelido que você detesta?

Finja que não liga.

Azevedo fez o contrário. Saiu berrando não uma, mas duas vezes. Primeiro contra o diretor do filme, e depois contra um repórter da Ilustrada que escreveu sobre o episódio.

A resposta contra o diretor do filme é o retrato perfeito das perturbações mentais de Azevedo.

Ele é extraordinariamente inseguro, frágil. Precisa de auto-reafirmações ininterruptamente.

Às 55 000 pessoas que já teriam visto o filme ele contrapõe o número de leitores que frequentam seu blog, como se houvesse qualquer lógica na comparação.

Primeiro, e acima de tudo, você paga por um bilhete de cinema. E acessa o blog de Azevedo, e qualquer outro, de graça.

Para ir ao cinema, você tem que se deslocar. Enfrentar trânsito e outros inconvenientes da vida urbana moderna. Em comparação, você pode ler a coluna de Azevedo, ou qualquer outra, pela manhã no banheiro, se quiser.

É uma relação descabida, portanto, fruto de uma mente tumultuada. O que ele queria era um pretexto para dizer: “Vejam como sou lido, vejam como sou lido!” Isso pela milésima vez, sem jamais apresentar uma única prova disso.

O site da Veja é um conhecido fracasso. A Veja jamais conseguiu fazer a travessia do mundo impresso para o digital, e esta é uma das razões pelas quais a Abril enfrenta colossais dificuldades de sobrevivência.

Por que, dentro deste mar morto que é o site da Veja, Azevedo seria diferente? Se fosse mesmo, ele seria um fator para que o site da Veja não fosse o que é.

Essencialmente, são os mesmos leitores — os clássicos midiotas — que entram várias vezes no blog de Azevedo para ver suas constantes atualizações e palpitar com sua pobreza desumana de espírito. “Na cascuda, Reinaldo!”

É a chamada audiência de mentirinha. O que realmente num site são os leitores únicos. Você entra dez, vinte vezes por dia no blog de Azevedo? Conta uma só vez.

O DCM, a quem interessar possa, tem 2 milhões de leitores únicos mensais, e 10 milhões de acessos por mês, o que nos faz um dos maiores sites de notícias do Brasil.

Outro traço da profunda falta de segurança psicológica de Azevedo, na polêmica do Aquarius, apareceu no constante uso da palavra petralhas.

Ele não perde uma chance de dizer que criou petralha, e que o vocábulo foi dicionarizado.

Tolstoi repudiava o personagem Ana Karenina. E jamais se gabou de haver escrito uma das maiores obras da literatura mundial.

Balzac nunca disse: “Criei 3 000 personagens na Comédia Humana. Vejam como sou bom!”

Mas Azevedo parece acreditar que deva fazer jus ao Nobel da Literatura com petralha. (Fora tudo, é uma palavra que vai passar para a história como símbolo de um tempo em que os brasileiros odiavam uns aos outros.)

De concreto, Azevedo é o decano dos jornalistas fâmulos. Dedicou os últimos dez anos a escrever tudo que a plutocracia quer que seja escrito.

Praticou e pratica a famulagem, e não o jornalismo. Era um jornalista de segunda linha, sem nenhuma posição de destaque nas redações pelas quais passou. (Somos da mesma geração, e eu conhecia todos os jornalistas de destaque dos meus dias em redações, até porque era chefe e recrutava talentos. Jamais ouvi falar de Azevedo.) Falta-lhe curiosidade, sagacidade jornalística. Em seus seus vários ataques contra mim jamais se deu ao trabalho, por exemplo,  de pedir informações sobre mim a seu colega de Veja JR Guzzo, que me conhece muito bem e poderia ajudá-lo a entender melhor o objeto de suas agressões.

Sobreviveu, num certo momento já de ostracismo, do dinheiro público outorgado por Alckmin para uma revista fundada por um líder tucano, Luís Carlos Mendonça de Barros, e que defendia o ideário conservador tucano.

Nem o dinheiro público salvou a revista.

As coisas mudaram para ele quando os barões da mídia começar a buscar não gente brilhante, capaz de fazer peças jornalísticas incríveis — mas fâmulos cuja missão é atacar todos os dias Lula, Dilma e o PT.

Azevedo é exatamente um fâmulo.

Não é algo que faça você se sentir exatamente um mestre do jornalismo. Servir cegamente aos patrões, e à plutocracia, não é sequer jornalismo.

É dentro deste quadro que se deve entender a louca reação de Reinaldo Azevedo ao cartaz de Aquarius.