O inspirador exemplo de Mantega de buscar justiça diante de desequilibrados que insultam. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 12 de setembro de 2015 às 5:18
Clap, clap, clap
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Mantega deu uma lição de como tratar com analfabetos políticos que pensam que têm o direito de insultar alguém sem consequências.

Ele foi injustiçado. Dois imbecis xingaram-no num restaurante.

Em vez de assistir calado à agressão, e ver impotente as redes sociais espalharem o ódio de que foi vítima, buscou a Justiça.

Conseguiu o nome dos meliantes, contratou um bom advogado e exigiu satisfações.

Ele fez o que o grande criminalista alemão do século 19 Rudolf von Ihering defendeu numa tese então inovadora.

Foi atrás de Justiça.

Ihering disse que procurar a Justiça não é apenas direito do ofendido, mas dever perante a sociedade. Porque o direito não é uma coisa estática: muda ao sabor das circunstâncias e das ações das pessoas.

E também porque ao lutar contra injustiças você pode livrar outras pessoas do mesmo tipo de coisa.

Daí o dever segundo Ihering, e não apenas o direito.

Foi o caso de Mantega.

A patética retratação dos ofensores  –José João Armada Locaselli e Marcelo Maktas Melsohn —  certamente levará outros desequilibrados a pensar duas, três vezes antes de importunarem pessoas que estão em seu canto, sossegadas.

Porque poderão ter que se explicar com a Justiça.

E isso significa dor de cabeça. Você tem que pagar advogado, enfrentar a possibilidade de uma multa e outros aborrecimentos dos quais pessoas que se comportam civilizadamente estão livres.

Muito se tem falado da propagação do ódio entre os brasileiros.

Uma das formas de combatê-lo é enfrentando-0 como fez Mantega.

Que seu exemplo seja seguido. Isso vai melhorar o Brasil.

É talvez a maior contribuição de Mantega, um homem digno que foi um bom ministro da Economia por longos anos, à causa pública no Brasil.