O “novo”, segundo FHC: amigo de Doria na máfia da merenda cria grupo “João Presidente” no WhatsApp. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 9 de maio de 2017 às 18:28
João Doria e Sergio de Nadai cercam o Bom Velhinho no Lide

 

Fernando Henrique Cardoso deseja enganar sobretudo a si mesmo com a conversa fiada de que Luciano Huck e João Doria são o “novo” na política.

É uma tentativa de transformar limões em limonada numa agremiação cujos três presidenciáveis estão numa draga homérica para 2018.

FHC despreza Doria. Fez campanha para Andrea Matarazzo para a prefeitura de SP e, até uma semana atrás, deu um declaração minimizando as ambições do pupilo de Geraldo.

Com passagens notórias, no mau sentido, por Paulistur e Embratur, mais uma longa carreira de lobista no Lide aproximando políticos de homens de negócios, Doria é tão macaco velho quanto seus colegas Serra, Aécio e Alckmin.

Não é novo nem na idade, apesar dos litros de botox — 59 anos, com cabeça de 89. Sua relação com empresários funciona na base do jabá, como se nota nas suspeitas “doações”.

A última do João Trabalhador é um grupo de WhatsApp em que figuram empresários cujo intuito é apoiar sua candidatura à presidência.

Segundo Mônica Bergamo, são 256 nomes com um logo próprio.

O cabeça da coisa é Sérgio de Nadai, um dos melhores amigos de Doria. “O meu candidato é o Geraldo Alckmin! Mas acho que o João pode ser um bom jogador no banco de reserva, que pode substituí-lo se necessário”, disse ele.

Balela. Nadai, dono da De Nadai Alimentação e da Convida, aposta nas boas relações com João Doria para ampliar seu business.

Sua folha corrida é extensa.

Foi denunciado no escândalo da máfia da merenda. Em junho de 2015, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo apontou uma série de irregularidades na apresentação do relatório final sobre as contas de 2014 de Alckmin.

Os malfeitos incluíam o processo de fiscalização na compra e distribuição da comida e as condições de higiene das cozinhas nas escolas.

A má gestão vem desde 2000, ainda no governo Mario Covas. De Nadai vem renovando contratos desde então. Segundo a CartaCapital, o capital de sua empresa foi de 197 mil reais para 4 milhões entre 1995 e 2001.

Passou a fornecer marmita para presídios de São Paulo, parte deles sem ter passado por licitação devido a situações “emergenciais”.

Hoje atua em diversos municípios e em outros estados. Uma investigação aponta que o esquema da merenda pode ter movimentado cerca de 400 milhões de reais em propinas.

Reportagem da Veja diz que por contratos que vigoraram entre 2013 e 2015, as empresas de Sérgio e do irmão Fabrício embolsaram 40,9 milhões de reais das secretarias paulistas de Educação e de Planejamento e Gestão.

Cinco anos após a denúncia, não houve julgamento.

Nadai é figurinha carimbada dos convescotes do Lide. Em 2013, ele e João Doria Jr. organizaram o “Natal do Bem”. A revista Glamourama, em mais um rasgo de humor involuntário, garantiu que o evento reuniu “uma turma boa e com ótimas intenções”.

Magníficas intenções. Esse é “novo” que os antigos de sempre querem que o Brasil engula.