O papel de Lula na escolha do Rio como sede das Olimpíadas foi suprimido pela Globo. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 5 de agosto de 2016 às 18:29
Lula e Pelé comemoram a vitória do Rio em Copenhague
Lula e Pelé comemoram a vitória do Rio em Copenhague

A Globo vendeu seis cotas de patrocínio das Olimpíadas por 1,5 bilhão de reais.

Outras cotas, cinco, foram vendidas pelo Sportv, do grupo, a um preço menor.

Para você ter uma ideia do tamanho da cifra, nas Olimpíadas de 2008 em Pequim a cota era dez vezes menor: 25 milhões. (Em 2012 em Londres a Globo ficou de fora da transmissão.)

As digitais de Lula estão impressas nesse negócio bilionário. Foi Lula quem trouxe as Olimpíadas para o Rio.

O anúncio foi feito em 2009. O carisma mundial de Lula foi determinante para que a escolha recaísse sobre o Brasil.

Um vídeo da GloboNews no dia da escolha do Rio circulou estes dias na internet. Nele, Lula celebra o feito ao lado de muita gente, em Copenhague. Você pode vê-lo aqui.

Se você prestar atenção, vai enxergar ali, nas cercanias de Lula, Michel Temer, num de seus clássicos papeis na vida, o de papagaio de pirata. Era uma presença decorativa. Lula cita muita gente que contribuiu para o triunfo. Temer é, merecidamente, ignorado.

Na retaguarda, você vê, na redação da GloboNews, rostos marcantes da Globo ao vivo, na cobertura ao vivo do triunfo. Fátima Bernardes e Patrícia Poeta riem, como num êxtase, a cada frase de Lula.

Rio 2016 não existiria sem Lula. Nem o negócio bilionário da Globo, especialmente bem vindo num momento em que a internet vai criando crescentes problemas para a empresa.

Mas Lula desapareceu na Globo.

Num vídeo que recapitula os acontecimentos desde o anúncio do Rio, Lula foi simplesmente suprimido.

É o jornalismo de guerra dos Marinhos. Stálin fazia isso. Tirava das fotos históricas pessoas que caíam em seu desagrado.

Em sua maldade sem limites, a Globo iguala Stálin.

Mas nada do que a empresa faça vai eliminar o fato de que Lula é o pai das Olimpíadas e a Globo a madrasta ingrata, usurpadora e canalha.