O pequeno manual da economia de água em SP (ou: como ressuscitar o volume morto)

Atualizado em 4 de novembro de 2014 às 12:32

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Estamos sem água em São Paulo. Fato. Assim como é fato que as mudanças climáticas estão virando o mundo, como o conhecemos, de pernas pro ar com a proliferação dos chamados eventos atmosféricos extremos: enquanto algumas regiões sofrem com chuvas torrenciais, outras penam com estiagens prolongadas.

Doravante teremos que conviver com essa dura realidade, faça chuva ou faça sol. O que nos resta é buscar a adaptação ao novo meio ambiente. Mudar os hábitos e economizar água criando outra relação com o consumo do líquido mais precioso do planeta.

Para adotar essa nova prática não é preciso ser xiita ou deixar de tomar banho. Basta ser racional. Procure seguir este pequeno guia com 8 dicas descomplicadas e seja bem-vindo aos novos tempos:

1 – Lavar calçada e o carro usando a mangueira definitivamente é a mais gritante forma de desperdício que muitos ainda insistem em praticar. A chamada “vassourinha hidráulica” – em que o sujeito vai empurrando a bituca de cigarro e a folha seca com o jato d’água por preguiça de empunhar uma vassoura de verdade – é capaz de jogar pelo ralo dezenas de litros de água potável em questão de minutos. Nos dias de hoje é tão inconcebível quanto escovar os dentes ou fazer a barba com a torneira aberta;

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2 – Lavar carro, aliás, saiu de moda nestes tempos bicudos. Mas para quem não gosta de rodar com o veículo encardido existe uma boa opção para deixá-lo apresentável sem gastar água. A empresa Lavamos Nós criou uma cartilha ensinando como limpar o carro com apenas um copo de água. Clique aqui e entenda como funciona; (http://lavamosnos.com.br/assets/img/cartilha_lavamos_nos.pdf)

3 – Dentro de casa o chuveiro é um dos maiores vilões do consumo de água. Tomar banhos mais rápidos é uma necessidade. Um banho de 10 minutos – hoje um luxo – pode gastar mais de 60 litros. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente lançaram recentemente um ótimo aplicativo para smartphones que calcula o tempo de banho e a quantidade de água utilizada. Chamado de Nossa Água (procure no Google Play Store) o app – por enquanto só para o sistema operacional Android, mas até o final do ano também para iOS e Windows Phone – é uma ótima ferramenta para controlar aquela vontade de ficar mais um pouco debaixo d’água;

4 – Existe uma técnica para lavar louça com maior eficiência e sem desperdício. É assim: depois de ensaboar todos os utensílios (claro, com a torneira bem fechada), deixe as panelas e os pratos dentro da pia enquanto enxágua copos e talheres. Assim a água já estará enxaguando também as panelas e pratos. O tempo de torneira aberta diminui consideravelmente. Outro truque é encher a pia e enxaguar todos os utensílios juntos e com a torneira fechada;

5 – Aproveitar água já utilizada também é essencial. A água que sai da máquina depois da lavagem de roupas é perfeita para dar um trato na área de serviço, no quintal ou jogar no vaso sanitário. Água de cozimento de legumes – depois de resfriada – serve para regar plantas;

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6 – Identificar vazamentos em casa é fácil. Basta fechar as torneiras, interromper o consumo e observar se os indicadores do hidrômetro continuam girando. Se estiverem, você está jogando água e dinheiro fora;

7 – Existem à disposição muitos equipamentos que economizam água. Entre eles torneiras com borboletas para fechamento rápido e vasos sanitários com caixa acoplada. Esses últimos evitam a avalanche de água potável que sai ao apertar a válvula convencional, que chega a 20 litros. Os vasos com caixa gastam de 3 a 6 litros apenas. Uma peça simples e barata é o aerador. Essa peneirinha instalada nas torneiras joga ar na corrente de água. Dá a sensação de maior vazão e um fluxo mais intenso, ao mesmo tempo em que diminui o consumo.

8 – Vote bem.