O procurador Lima, da Lava Jato, precisa explicar por que levou UM ANO para revelar convite de Temer para ‘reunião’ no Jaburu. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 15 de agosto de 2017 às 11:11
Lima

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da Lava Jato de Curitiba, uma das novas celebridades da aberração que virou o Brasil, fez uma “revelação” bombástica em palestra (mais uma) no Fórum de Compliance da Amcham, na sede da entidade, em São Paulo.

O seminário tratava da “construção da cultura de integridade e anticorrupção no setor público e privado brasileiro”.

Segundo Lima, a força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba foi convidada por Temer “a comparecer no Palácio do Jaburu à noite” às vésperas da votação do impeachment.

O emissário foi o deputado Rodrigo Rocha Loures, do PMDB, o homem da mala de Michel.

“Tenho para mim que encontros fora da agenda não são ideais para nenhuma situação de um funcionário público”, disse.

“Só houve um convite e nós recusamos. Nós entendíamos que não tínhamos nada que falar com o eventual presidente do Brasil naquele momento”.

O valente Carlos Fernando dava, ali, uma estocada em sua chefe Raquel Dodge, que foi tomar um café com Michel na calada da noite.

Mas a pergunta que ninguém fez ao corajoso procurador e que ele precisa responder é a seguinte: por que só agora?

Supondo que seja verdadeira, por que não contou essa história no mesmo dia ou no dia seguinte?

O super herói da luta contra a corrupção levou UM ANO para fazer sua “denúncia”.

Não era obrigação moral desses savonarolas ter reportado o fato? Ou ele sabia que a mídia amiga, empenhada na ascensão de um corrupto contumaz, não daria bola?

O juiz Moro foi convidado? Dallagnol? Não vem ao caso?

Doze meses depois de instalada a quadrilha no poder, ele se dedica no Facebook a criticar o velho Michel. “TEMER E O PMDB QUERENDO SE APROPRIAR DEFINITIVAMENTE DE NOSSO FUTURO”, escreveu, em caixa alta, entre outras bobagens de efeito.

Como ficou estabelecido no diálogo entre Romero Jucá e Sérgio Machado:

— Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer]… É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional, sugere Machado.

— Com o Supremo, com tudo.

Com tudo.