O que é o amor? Uma seleção de frases sobre o assunto

Atualizado em 16 de junho de 2015 às 0:13

O texto original, de Maria Popova, foi publicado no site “Brainpickings”.

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“Nada é misterioso, nenhum relacionamento humano. Apenas o amor”, Susan Sontag

Kurt Vonnegut, que era levemente extremista em relação ao amor mas também possuía certa dose de irreverência quanto ao assunto, em Sirens of Titan:

          A finalidade da vida humana, não importa quem está controlando isso, é amar quem está por perto para ser amado.

Anais Nïn, especialista em matéria de amor, em A Literate Passion: Letters of Anaïs Nin & Henry Miller:

          O amor não é nada além da aceitação do outro, o que quer que ele seja.

Stendhal em seu fantástico tratado sobre o amor de 1822:

          O amor é como a febre: Nasce e passa sem a menor intervenção da vontade. Não há limite de idade para o amor.

C.S. Lewis, um homem muito sábio, em The Four Loves:

          Não existe investimento seguro. Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração certamente se retorcerá e possivelmente será partido. Se você quiser conservá-lo intacto, não o dê a ninguém, nem mesmo a um animal. Mantenha-o cercado apenas por passatempos e pequenos luxos; evite todo tipo de emaranhamento; tranque-o cuidadosamente no túmulo do seu egoísmo. Mas nesse túmulo – seguro, sombrio, imóvel, abafado – seu coração mudará. Ele não poderá ser partido; será inquebrável, impenetrável, irredimível. A alternativa à tragédia, ou ao perigo de tragédia, é a danação. O único lugar além do Paraíso onde você pode se manter longe dos perigos e das perturbações do amor é o Inferno.

Lemony Snicket em Horseradish: Bitter Truths You Can’t Avoid:

          O amor pode mudar uma pessoa como um pai/mãe pode mudar um bebê – de forma estranha e em geral com grande confusão.

Susan Sontag, especialista em matéria do amor, em As Consciousness Is Harnessed to Flesh: Journals and Notebooks, 1964-1980:

          Nada é misterioso, nenhum relacionamento humano. Apenas o amor.

Charles Bukowski, que apelidou o amor de “cão dos infernos”, em uma entrevista:

          O amor é como a neblina que você vê de manhã, quando acorda antes do nascer do sol. A neblina está ali e, um momento depois, ela desaparece.O amor é uma neblina que dissipa na aurora da realidade.

Shakespeare em A Midsummer Night’s Dream:

          O amor não vê com os olhos, mas com a mente.

Ambrose Bierce, com o escárnio característico de The Devil’s Dictionary:

          Amor, n. Insanidade temporária que pode ser curada pelo casamento.

Katherine Hepburn em Me: Stories of My Life:

          O amor não tem nada a ver com o que você espera receber – apenas com o que você espera dar – que é tudo.

Katharine Hepburn, referindo-se ao seu relacionamento com Spencer Tracy: "O amor não tem nada a ver com o que você espera receber – apenas com o que você espera dar – que é tudo".
Katharine Hepburn, referindo-se ao seu relacionamento com Spencer Tracy: “O amor não tem nada a ver com o que você espera receber – apenas com o que você espera dar – que é tudo”.

O filósofo e matemático Bertrand Russell, com grande sensatez, em The Conquest of Happiness:

          De todas as formas de cautela, a cautela no amor é possivelmente a mais fatal para a verdadeira felicidade.

Fiodor Dostoievski, em The Brothers Karamazov:

          O que é o inferno? O tormento da impossibilidade de amar.

O evolucionista Richard Dawkins em uma carta para sua filha, na qual explica a importância de evidências na ciência e na vida:

          As pessoas às vezes dizem que devemos acreditar em sensações íntimas, senão você nunca teria certeza de coisas como “Minha esposa me ama”. Mas esse é um argumento ruim. Pode haver muitas provas de que alguém ama você. Durante todo o dia em que você está com alguém que a ama, você vê e ouve pequenas provas, e elas se somam. Não é somente uma sensação interior, como a sensação que os padres chamam de revelação. Há outras coisas para apoiar a intuição: olhares, um tom carinhoso de voz, pequenos favores e gentilezas; tudo isso serve de prova.

Paulo Coelho em The Zahir: A Novel of Obsession:

          O amor é uma força selvagem. Quando tentamos controlá-lo, ele nos destrói. Quando tentamos aprisioná-lo, ele nos escraviza. Quando tentamos entendê-lo, ele nos deixa perdidos e confusos.

James Baldwin em The Price of the Ticket: Collected Non-fiction, 1948-1985:

          O amor não começa e termina do modo que pensamos. O amor é uma batalha, o amor é uma guerra; o amor é crescimento contínuo.

Haruki Murakami em Kafka on the Shore:

          Qualquer um que se apaixone procura por seus próprios pedaços perdidos. Então as pessoas apaixonadas se entristecem quando pensam naqueles que amam. É como entrar em um lugar do qual você lembra carinhosamente, um lugar que não frequenta há muito tempo.

Antoine de Saint-Exupery em Airman’s Odyssey: Night Flight/Wind Sand & Stars/Flight to Arras:

          O amor não consiste em fitar um ao outro, mas em olhar juntos na mesma direção.

Honoré de Balzac, grande conhecedor das mazelas do amor, em Physiologie Du Mariage:

          Quanto mais julgamos, menos amamos.

Louis de Bernières em Corelli’s Mandolin:

          O amor é uma loucura temporária. Ele surge como um terremoto e então se acalma. E quando ele se acalma, você tem que tomar uma decisão. Você tem que descobrir se suas raízes tornaram-se tão interligadas que é inconcebível separá-las. Porque isso é o que é o amor. O amor não é o não conseguir respirar, não é a excitação, não é a promulgação das promessas de paixão eterna. Isso é apenas ‘estar apaixonado’, algo do qual qualquer um de nós pode se convencer de ‘estar’. O amor em si é o que sobra quando estar apaixonado já se dissolveu, e isso é igualmente uma arte e um fortuito incidente.

E.M. Forster em A Room With a View:

          O amor pode ser transformado, ignorado, confundido, mas jamais retirado. Eu sei por experiência que os poetas estão certos: O amor é eterno.

A romancista inglesa Iris Murdoch, citada pelo célebre Milton Glaser em How to Think Like a Great Graphic Designer:

          Amar é descobrir, com grande dificuldade, que algo além de você é de verdade.

Mas a frase mais sincera, senão a mais simples de todas, vem de Agatha Christie, que em sua autobiografia escreveu:

          É um pensamento curioso, mas apenas quando vemos as pessoas em situações realmente ridículas é que nos damos conta do quanto as amamos.