O que é um mero golpe no currículo para alguém da estatura de Moraes? Por Kiko Nogueira

Atualizado em 14 de fevereiro de 2017 às 8:46
Tá tranquilo, tá favorável
Tá tranquilo, tá favorável

 

A piada está circulando na internet: Moraes diz que cursou a mesma faculdade em que Serra tirou diploma de economista.

Alexandre é um fenômeno: sua indicação ao STF destampou uma quantidade ímpar de inconsistências em sua carreira. Depois da acusação de plágio em seus livros, acompanhado de pouco rigor técnico e pensamento raso, surge agora um tapa no currículo Lattes, que fica online.

Ali constava a informação de que ele adquiriu o título de doutor em Direito pela universidade entre 1998 e 2000. Entre 1997 e 2000 teria realizado o pós doutorado e em 2001 a livre-docência.

O Justificando contou que a incoerência de começar um pós doutorado antes do doutorado foi apontada pelo professor de Geografia da USP, César Simoni.

A assessoria de Moraes explicou ao site que ele não possui o título de pós-doutor e tudo não passa de “um erro de preenchimento da sua Secretaria e que já foi corrigido”.

Coisa boba, enfim. Quem nunca?

É apenas mais um vexame numa longa lista que parece interminável. Moraes joga a culpa em algum estafeta e vida que segue, rumo ao Supremo Tribunal Federal.

Em 2011, o deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) pediu o desarquivamento de um projeto de lei que transformava em crime as mentiras nos currículos.

O argumento era que o atual código penal prevê pena somente para outras fraudes documentais.

Inserir informações falsas para satisfazer um interesse pessoal, como obter um cargo, passar em concurso público ou conseguir uma bolsa de estudo, era factível de detenção de dois meses a dois anos.

Para sorte de Moraes e de tantos outros como ele, o PL não vingou. Se bem que o máximo que lhe aconteceria, no Brasil do golpe, seria uma temporada na master bedroom da Chalana Champagne.

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