“O que tinha que ser roubado já foi”: por que Joana Havelange, do Comitê Organizador da Copa, deve explicações

Atualizado em 12 de junho de 2014 às 11:49
Ela
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Joana Havelange é diretora-executiva do COL, o Comitê Organizador Local da Copa. Ligado à Fifa, gere um orçamento de 200 milhões de reais e tem sete áreas de atuação, entre elas, marketing, eventos, compras e planejamento.

Joana precisar entrar em detalhes sobre uma declaração que deu, ainda que soe apenas como o novo desabafo estapafúrdio da temporada.

Depois de avisar que não vestirá preto em dia de jogo, informou: “Não vou torcer contra, até porque o que tinha que ser gasto, roubado, já foi.(…) Quero ver um Brasil lindo. Meu protesto contra a Copa será nas eleições.”

É uma acusação grave. Como assim, já foi? Onde é que isso entrou no combinado? Quem roubou? Quanto?

Ela não é a estagiária. Mantém contato frequente com as doze sedes, manda, é ouvida e obedecida. Tem sob seu comando direto quarenta pessoas.

Além de fluente em inglês, francês e espanhol, é filha de Ricardo Teixeira e neta de João Havelange. Foi preparada para a missão. A indicação para o COL é de Teixeira, que ficou 23 anos na presidência da CBF; Havelange esteve por 18 no comando da antiga CBD. O currículo de ambos, como dizia o pessoal do Circo Vostok, dispensa apresentações.

O jornalista escocês Andrew Jennings, autor de inúmeras reportagens investigativas sobre a Fifa, escreveu que “colocar a filha no comitê é um escândalo”. Ela tem fama de ser “blindada”. Dá poucas entrevistas — e talvez declarações desse tipo seja uma das razões.

Pode ser que considere que “o que tinha que ser roubado” seja uma banalidade. Não é. Joana deveria dar explicações. “Nossa preocupação é com a imagem que vamos passar para o resto do mundo”, já afirmou. Se isso for verdade, JH tem que abrir o bico.

 

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