O que vai acontecer com o juiz federal que sugeriu a morte da presidente numa “piada”?

Atualizado em 9 de março de 2015 às 15:12

juiz

 

O Brasil tem algumas jabuticabas, aquelas coisas que só dão aqui. Uma delas é o recorde mundial de autoritários que falam o que querem e reclamam de uma ditadura.

Outra são os nossos incríveis juízes.

Carteiradas em bafômetros, bate bocas federais, passeios em carros de réus — o que falta?

A nova nessa área veio do juiz federal Alexandre Infante. Ele usou sua conta no Twitter para fazer uma “piada”: “Dilma disse que vai sancionar amanhã a Lei do Feminicídio. Legislando em causa própria?”, escreveu. Em seguida: “Panelaço”.

A reação indignada fez com que ele apagasse o que escreveu.

Infante é de Montes Claros, Minas Gerais, diretor da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Ajufe.

Ficará guardado em seu coração o que o levou a cravar essas palavras. Ele sugere a eliminação da presidente, é isso? Foi uma brincadeira? Um ato falho? Faz sentido um magistrado instigar os ânimos quando o ambiente de ódio é patente?

Eu arrisco que é tudo isso junto, mais o ambiente de total e completa histeria e a certeza da impunidade.

Nos Estados Unidos, a terra prometida da liberdade de expressão, um sujeito chamado Donte Jamar, de 21 anos, foi preso em 2012 depois de tuitar que iria “atirar em Obama com aquele negócio do Lee Harvey Oswald”.

Uma besteira. Foi em cana, fim de papo.

Por aqui, o limite é o não limite.

Alexandre Infante se sente confortável o suficiente para fazer o papel de revoltado online porque sabe que não vai dar nada. Qual o problema? O que pode acontecer com ele?

Você sabe a resposta.

Como panelaço pouco é bobagem, no dia 15 de março é provável que ele esteja marchando em alguma capital.