O silêncio covarde de Bolsonaro sobre a presença de seu partido nas delações da Odebrecht. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 17 de abril de 2017 às 9:42
Eles

Uma boa medida da coragem e do caráter impoluto de Jair Bolsonaro está em sua atitude depois da divulgação da lista de Fachin.

Gravou vídeos contra alguns de seus desafetos, sendo que o mais lunático era dirigido a Maria do Rosário, sua nêmesis, por quem nutre uma obsessão que só pode ser amor.

“Que decepção para a esquerda do Brasil! A petralhada vai chorar a noite toda hoje. Mas tem duas pessoas maravilhosas aqui: Carlos Zarattini e Maria do Rosário! Mas o que é isso, Maria do Rosário? A Papuda lhe espera!”, diz ele, dando uma gargalhada de Coringa.

O mito, no entanto, está quieto diante das denúncias contra o presidente de seu partido, o Pastor Everaldo, aquele que o batizou no rio Jordão, em Israel, numa cena tragicômica.

Candidato a presidente em 2014, Everaldo recebeu dinheiro da Odebrecht, segundo um delator, para ajudar Aécio naquele debate da Globo em que os dois formaram uma dobradinha inesquecível.

JB não se manifestou até agora e, provavelmente, ficará quietinho no seu canto.

Se alguém vier lhe perguntar, vai alegar que é questão de disciplina militar.

Aliás, o mito não está na lista de Fachin, mas é um dos nomes da de Furnas.