O silêncio gritante de Moro sobre a morte de Marisa Letícia. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 4 de fevereiro de 2017 às 17:48
Os Moros
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Sérgio Moro, solo ou com a equipe da Lava Jato, não divulgou nota de pêsames sobre a morte de Marisa Letícia, mulher de Lula.

Quando do falecimento de Teori Zavascki, Moro se declarou “perplexo”. O ministro “foi um grande magistrado e um herói brasileiro. Exemplo para todos os juízes, promotores e advogados deste país.”

Depois que Edson Fachin foi nomeado para a relatoria dos processos da célebre operação, o juiz paranaense escreveu um elogio rasgado.

“Tomo a liberdade, diante do contexto e com humildade, de expressar que o Ministro Edson Fachin é um jurista de elevada qualidade e, como magistrado, tem se destacado por sua atuação eficiente e independente”, disse.

Moro comenta. Moro fala. Moro não fica quieto.

Não há qualquer manifestação de pesar na página cultivada no Facebook por sua mulher, Rosangela (um caso de culto à personalidade de classe mundial).

O post mais recente, ali, é de uma matéria idiota da Veja sobre o filme “Polícia Federal, a Lei é Para Todos”. Consta que é uma comédia.

Rosangela apareceu no sábado, dia 4, nos jornais contando que tem “em casa uma engrenagem que ajuda a mudar o país”. Ela é capa da moribunda revista Cláudia.

Tudo no mesmo dia em que Lula está enterrando a mulher.

Em nome de uma certa civilidade, Moro deveria dar pêsames, ainda que protocolarmente. Correria o risco de ser chamado, por exemplo, de hipócrita? Sim, mas e daí?

Inimigos declarados de Lula, como Gilmar Mendes e Ronaldo Caiado, transmitiram seus sentimentos.

Não é falsidade. É humanidade.

O silêncio de Sérgio Moro é revelador. Trata-se de culpa, desprezo, medo de decepcionar seu fãs, orgulho — ou uma eventual falta de modos?