Os 6 a 0 encerram a maldição dos 7 a 1. Por Scott Moore

Atualizado em 17 de agosto de 2016 às 20:17
O fim da maldição dos 7 a 1
O fim da maldição dos 7 a 1

A vitória de 6 a 0 do Brasil sobre Honduras tem um caráter simbólico que vai muito além da classificação do escrete brasileiro para a final das Olimpíadas.

O futebol brasileiro renasceu. Depois dos 7 a 1 impostos pela Alemanha na Copa, o Brasil morreu futebolisticamente. Ou entrou em coma profundo.

Tinha que acontecer alguma coisa extraordinária para que a camisa amarela revivesse e voltasse a inspirar respeito não apenas diante do mundo — mas, principalmente, entre os próprios brasileiros.

Os 6 a 0 cumpriram este papel. Não importa que a vítima tenha sido a pobre Honduras. E nem que o primeiro e decisivo gol tenha sido anotado não por Neymar mas por Sobrenatural de Almeida.

(Nota da tradutora: no original, Supernatural Jones. Sobrenatural de Almeida foi um personagem criado por Nelson Rodrigues para explicar as coisas inexplicáveis que ocorrem numa partida de futebol.)

É o placar elástico que devolve a imponência ao Brasil. Nos anos de ouro do futebol brasileiro, goleadas eram rotineiras. Como esquecer os 4 a 1 na Itália na final da Copa de 70 no México?

Os 7 a 1 diante da Alemanha pareciam ter liquidado a mística da equipe brasileira.

Era como uma maldição — encerrada na tarde desta quarta no Maracanã.

Para celebrar devidamente o ressurgimento, uma vitória contra a famigerada alemã, na final de sábado, seria o máximo.

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura