Os nazistas morenos de Bolsonaro. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 5 de janeiro de 2017 às 19:14
Bolsomito na área
Bolsomito na área

 

Você já sabia que em torno do deputado Jair Bolsonaro transitam o ódio, o preconceito, o atraso, o autoritarismo, a paranoia e o feliciano.

Portanto, não chega a ser uma supresa que os neonazistas estejam saindo do armário para demonstrar-lhe seu apoio e lealdade.

Bolsonaro e os filhos foram recepcionados no Aeroporto de Guararapes, no Recife, por uma multidão de jovens que o chamam de “Bolsomito”. Ele estava na cidade para participar de um ciclo de debates na Assembleia Legislativa.

Aos gritos de “Fora Dilma” e “Viva 64”, Jair foi carregado em triunfo nos ombros de alguns fãs, segundo o Diário de Pernambuco. Entre eles, havia um grupo de skinheads com as características jaquetas de couro sem manga para mostrar os músculos. Eram os “Carecas do Brasil”.

Transcrevo um trecho da reportagem:

Um dos skinheads deu entrevista à reportagem de forma cordial e foi indagado porquê defendia a ditadura militar, quando protestava de forma livre e tinha muitas tatuagens no corpo – algo que era repudiado pelos militares no período de ditadura. Ele explicou os motivos, disse ser contra a corrupção, mas um dos amigos que estava ao seu lado começou a acusar a reportagem de ser “manipuladora”. “Por que pode ser comunista e não pode ser nazista?”, esbravejou o rapaz para a reportagem, o que tem sido comum nesses eventos. “É para ter censura mesmo”, continuou ele, ao que os repórteres tiveram que se retirar.

 

Bolsonaro é como uma rede de pescador que apanha apenas detrito. É natural que seja admirado por esse tipo de gente.

Eles são parentes dos “morenazis”, como foram batizados os nazistas colombianos no início dos anos 2000. Apareceram fazendo barulho em algumas manifestações e rapidamente se transformaram em piada. Uma delas acabou virando uma falsa notícia que viralizou.

Dava conta de um protesto do neonazismo em Dresden, na Alemanha, no final do ano passado. A certa altura, morenazis se juntaram aos alemães. Tiveram que sair correndo logo depois.

Haviam sido confundidos com refugiados e espancados. Um dos “líderes” dizia que eles também eram arianos, apesar da cor da pele. “Culpa do clima”, alegava.

O nazista pernambuco provavelmente acredita em seu arianismo, embora “raça pura” ele não tenha nem no futebol. Duraria 30 segundos nas mãos dos meninos da SS, mas o importante é denunciar os comunistas.

Noves fora a estupidez pessoal e intransferível do rapaz e de seus colegas, isso é fruto também de uma campanha promovida por Bolsonaro e seus asseclas segundo a qual nazismo e socialismo são a mesma coisa.

Aqui há um ótimo artigo do professor Bertone de Oliveira Souza a respeito dessa questão (Socialismo e Nacional-socialismo: a esquerda e a direita autoritárias do século XX).

Em “Minha Luta” Hitler escreve: “O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães apropria-se nas características iniciais do pensamento fundamental de uma concepção racista do mundo; e, tomando em consideração a realidade prática, o tempo, o material humano existente, com as suas fraquezas, forma uma fé política”.

Bem, pode ser apenas muito sol na cabeça dos nossos morenazis.

 

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