Quem é Katrín Jakobsdóttir, eleita aos 41 anos a 1ª ministra da Islândia, e por que você vai ouvir falar dela

Atualizado em 7 de dezembro de 2017 às 8:14
Katrín Jakobsdóttir, primeira ministra da Islândia

Feminista, ambientalista, social-democrata, anti-militarista e com uma agenda fortemente pautada na igualdade de gêneros. Ao mesmo tempo, aposta todas as fichas em um governo de coalisão entre partidos de esquerda, de direita e de populistas rurais. 

Esse é o perfil instantâneo da recém-eleita primeira ministra da Islândia, Katrín Jakobsdóttir, de 41 anos, a segunda mulher a assumir esse cargo em seu país. Foi eleita por uma maioria de mulheres jovens entre 18 e 29 anos.

Criada em uma família de poetas, acadêmicos e políticos, Katrín nasceu em Reykjavík, capital da Islândia, em 1o de fevereiro de 1976. Formou-se pela Universidade da Islândia em 1999, com bacharelado em islandês e francês. Sua tese sobre o famoso escritor de literatura criminal, Arnaldur Indriðason, rendeu-lhe um mestrado em artes em 2004 na mesma universidade.

Ingressou na carreira política já aos 27 anos, tornando-se vice-presidente do Movimento Esquerda-Verde em 2003 e, depois, presidente, cargo que exerceu até sua recente eleição como primeira-ministra.  Combinou casamento, a gestação de dois de seus três filhos e suas atividades políticas com trabalhos na área de educação, comunicações e jornalismo até 2007. Foi consultora de línguas na agência de notícias da TV estatal RÚV de 1999 a 2003.

Além de locutora, escreveu para diversos veículos de mídia impressa, como os da editora Edda e a revista JPV. Na educação, atuou como professora na Universidade da Islândia, na Universidade de Reykjavík e Menntaskólin de 2006 a 2007, quando foi eleita para o parlamento islandês como representante da comarca do Norte de Reiquiavique.

Dois anos depois, quando fortes protestos contra a grave crise financeira forçaram a renúncia do governo de centro-direita Geir H. Haarde, ela tornou-se Ministra da Educação, Ciência e Cultura, integrando a administração provisória formada por seu partido, o Movimento Esquerda-Verde, e a Aliança Social Democrata.

Nessa posição,  desenvolveu uma política inovadora destinada a impulsionar a indústria criativa para contrariar os efeitos da crise econômica. Entre suas ações, usou o turismo como forma de restabelecer o equilíbrio econômico, ajudar a levar a zero a taxa de desemprego no país.

Katrín é casada com Gunnar Örn Sigvaldason, com quem traduziu um livro sobre como educar ecologicamente. Entre seus familiares estão os bisavós Skúli Thoroddsen, político e juiz, e Theódóra Thoroddsen, poeta. Katrín é a irmã mais nova dos gêmeos Ármann Jakobsson e Sverrir Jakobsson, ambos professores de ciências humanas na Universidade da Islândia. O poeta Dagur Sigurðarson é seu tio materno.

Contra a OTAN, aliança de cooperação militar envolvendo 29 países ocidentais, Katrín propõe um governo defensor da igualdade de gêneros, contra as políticas que provocam as mudanças climáticas e que favoreça o aumento do investimento público em Saúde e Educação. Quer levar a pegada de carbono da Islândia à marca zero até 2040.