Quer virar subcelebridade no Brasil? Esqueça o BBB. O caminho é a Polícia Federal. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 25 de outubro de 2016 às 8:26
"E tem aquela do Japonês, conhece?"
“E tem aquela do Japonês, conhece?”

 

O Hipster da Federal está recorrendo ao Paradigma de Pelé para se safar das críticas sobre sua vontade irrefreável de aparecer.

O maior jogador da história, como se sabe, gosta de falar que “tem o Edson e tem o Pelé”.  A nota oficial do agente a respeito do processo disciplinar que a PF está abrindo contra ele é inacreditável:

Lucas Valença é agente de Polícia Federal e ganhou notoriedade em razão da aparição na imprensa durante operação policial de grande repercussão. Ao ser chamado pra dar entrevista em canal de televisão de âmbito nacional, Lucas Valença não foi chamado enquanto representante da instituição, mas sim na condição de cidadão que possui interesse da sociedade em razão da sua beleza estética. Lucas reitera, assim como fez na entrevista, todo o seu respeito com a Instituição Policial Federal e, principalmente, em relação às investigações protagonizadas por nossos profissionais, sempre protegidas pelo sigilo e confidencialidade. Continuaremos construindo a Polícia Federal que a sociedade confia com muito zelo e responsabilidade.

Sim, você leu direito: “beleza estética”. No programa de Fábio Porchat, na Record, Valença contou, por exemplo, que Cunha é “cheiroso”.

Já anda com assessor de imprensa, como um legítimo ex-BBB. Não descartou seguir carreira artística e disse que vai “usar as férias” para avaliar o que fará.

Valença havia sido afastado do Comando de Operações Táticas (COT), a força de elite da instituição, acusado de utilizar uma lancha sem o aval de seus superiores. Segundo a revista Época, responde por um processo administrativo por isso.

Em 15 minutos estará desaparecido, mas isso é o de menos. O Brasil é o país em que a prisão de Cunha ficou relevada a um segundo plano em razão do tira gato que o escoltou.

A escolha de Valença, se quer ser subcelebridade ou policial, é secundária. O problema é a escolha que nós fizemos ao transformá-lo numa estrela.