A saída de Mariz da defesa de Temer é outra história mal-contada. Por Fernando Brito

Atualizado em 27 de setembro de 2017 às 14:40

 

Publicado no Tijolaço

POR FERNANDO BRITO

Maria Cristina Fernandes, em seu comentário na CBN, coloca um elefante atrás da orelha, de tão desconfiada que ficou desta súbita decisão do advogado de Temer de sair de sua defesa, alegando impedimento ético por ter sido, tempos atrás, advogado de Lúcio Funaro, que acusa o ocupante do Planalto de receber propina em diversas ocasiões.

A jornalista, com toda a razão, pergunta por que, se a delação de Funaro foi fechada há um mês – e vinha sendo negociada muito antes disso – só agora Antonio Cláudio Mariz de Oliveira descobriu o conflito ético de advogar para o acusado tendo sido advogado do acusador?

Por delicadeza, decerto, ela não chama a atenção para o fato de o afastamento ter ocorrido na manhã seguinte à rejeição dos dois pleitos para sustar a denúncia feitos em nome de Temer por Mariz, pelo acachapante placar de 10 a 1.

Ora, sabe-se da qualidade da advocacia de Mariz, reconhecida em todo o meio jurídico.

A traulitada da votação acachapante não se deve a falha em seu trabalho, mas, essencialmente, ao fato de Michel Temer ser hoje um homem absolutamente desmoralizado e, ainda, à situação de termos um Supremo que julga em função de como vão repercutir suas decisões.

Neste caso nem se pode culpar  o “logaritmo do STF” pela escolha de Luís Edson Fachin como ministro-relator, porque não houve distribuição, pois como Janot “escolheu” o ministro paranaense”  na primeira denúncia, tudo irá para ele, na estrana concepção de “juiz natural” que passou a valer na Justiça brasileira.

O mais provável é que tenha sido fruto da irritação temerista. O que, afinal, escreve mais uma linha honrosa no currículo do criminalista.

Ouça o comentário de Maria Cristina Fernandes: