Se a nota ‘errada’ sobre o filho de Lula continua no ar, a correção do Globo é mentira. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 11 de novembro de 2015 às 10:25
Lulinha, da Friboi
Lulinha, da Friboi

 

A famosa correção da nota de Lauro Jardim no Globo, segundo a qual o delator Fernando Baiano teria citado um filho de Lula, gerou o barulho esperado, mas é uma meia culpa — com o perdão do trocadilho infame.

A barrigada que deu origem à série continua firme e forte no ar, desacompanhada de qualquer errata, como você pode ver aqui. Ou seja, na prática, a correção não tem validade.

Lá está a “bomba”:

“Está destinada a causar um estrondoso tumulto a delação premiada de Fernando Baiano, cuja homologação foi feita pelo ministro Teori Zavascki na sexta-feira. O operador (de parte) do PMDB na Petrobras pôs no olho do furacão nada menos do que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.” Etc etc.

A falsa denúncia continuará desinformando milhares de revoltados on line. É uma versão renovada da clássica matéria da revista Forbes que colocava a família entre as mais ricas do mundo. A reportagem nunca existiu, mas desde então Lulinha é dono da Friboi.

As derivações também seguem no jornal sem qualquer aviso de que estão baseadas num, vamos dizer, “equívoco”. “A nora de Lula denunciada por Baiano é a mulher de Lulinha”, cravou o Lauro dias após a história original. Segue no site para quem quiser.

A indigência é tamanha que Lauro não chega a um acordo quanto ao número de noras de Lula — uma hora fala em três, noutra em quatro.

O desmentido tímido foi publicado no Globo quase um mês depois, sendo que sumiu da home à noite. Era um truque com os leitores e com as vítimas, já que a mentira permanece acessível a qualquer clique, prontinha para ser usada, exatamente como veio ao mundo.