Seria Marina Silva o Temer de saia? Por Carlos Fernandes

Atualizado em 23 de junho de 2016 às 21:07
Boba ela não é: Marina
Boba ela não é: Marina

Michel Temer é o típico político brasileiro. Velho, conservador, machista, cínico, ardiloso, traiçoeiro, desleal e, claro, corrupto. Numa carreira política abundante em polêmicas e escassa em benefícios para a população, Temer caminha para encerrar sua vida pública da pior maneira possível: um ficha suja traidor da pátria.

Na sua cavalgada para reeditar um golpe de Estado no Brasil, Temer criou teses que vão desde insanidades risíveis como a de que Dilma só teria tido tantos votos graças à sua presença na chapa presidencial até aberrações jurídicas de querer que o STE julgue as contas da campanha dessa mesma chapa separadamente.

Ladeado por criminosos das mais variadas categorias, o presidente decorativo segue com o discurso hipócrita de moralização da política brasileira enquanto mantém-se alheio às inúmeras denúncias de corrupção envolvendo os principais atores de seu breve governo. Ele próprio incluso.

No exato paralelo segue Marina Silva.

Desde a sua decepcionante atuação no ministério do Meio Ambiente no primeiro governo Lula, Marina vem se notabilizando pelas suas incongruências e pela falta de uma agenda política, econômica e social minimamente sensata.

Autoproclamada defensora do meio ambiente, simplesmente inexistiu na tragédia ambiental da mineradora Samarco. Até hoje ninguém sabe ao certo a sua posição sobre o assunto nem que medidas tomaria caso fosse a presidenta da república.

Sobre a recente delação de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que denunciou o recebimento de caixa dois na sua campanha a presidente na eleição de 2010, limitou-se a dizer que jamais recebeu recursos ilícitos.

Eis que agora surge um possível elo entre a Lava Jato, a Operação Turbulência – deflagrada nesta terça (21) pela PF – e a candidatura de Eduardo Campos a presidente em 2014.

Candidata a vice, Marina ascendeu ao posto após a trágica morte de Campos na queda do avião que agora assombra na Operação Turbulência e curiosamente não para de fazer vítimas fatais.

O empresário Paulo César de Barros Morato, real dono da empresa Câmara & Vasconcelos envolvida na compra do avião que transportava Campos e Marina durante a campanha, é suspeito de participar de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que teria abastecido não só a campanha de Campos para governador de Pernambuco em 2010 quanto a sua campanha para presidente em 2014.

Na verdade era.

Morato foi encontrado morto na noite desta quarta (22) em um motel numa das vias que ligam Recife a Olinda. A Polícia Civil de Pernambuco que investiga a morte não descarta a hipótese de suicídio, mas todos os cenários são possíveis.

Em mais esse episódio que se encontra diretamente envolvida, Marina, tal qual Temer, provavelmente irá dizer que nada tem a ver com possíveis irregularidades na arrecadação de campanha da chapa que dividia com Campos.

A exemplo de Temer, Marina fala em uma “nova política” utilizando-se, como já se suspeitava e está sendo revelado agora, das mais velhas e costumeiras práticas que nos trouxeram a atual ruína da democracia representativa brasileira.

Marina, como Temer, são expoentes da verdadeira mazela política que assola nosso país.