A beleza incomparável das mulheres negras. Por Fabio Hernandez

Atualizado em 2 de abril de 2015 às 8:21
Thunder ficou maluco
Thunder ficou maluco

Meu amigo Thunder, dono de uma das vozes mais poderosas do mundo, é tarado pela Venus Williams. Thunder foi casado com uma quase sósia de Venus, e num momento de indiscrição alcoólica disse, descaradamente, que a mulher negra “dá de dez” em qualquer outra.

“Elas são mais atléticas e quando suam os hormônios liberam uma fragrância que é como o cheiro do paraíso.”

Thunder ingressou então numa confusa explicação pseudocientífica que fiz questão de interromper brutalmente. Ele poderia se arrepender, sóbrio, do que me relataria bêbado.

Ontem Thunder me telefonou de seu celular, esbaforido, e pediu que eu ligasse a televisão. Mandou, na verdade. Um canal de esportes. Liguei. Venus Williams estava jogando de lingerie preta, com rendas vermelhas. O decote lembrava os de Madame de Pompadour. Ou pelo menos pareceu lingerie a mim e muita gente. Uma jornalista disse que era um traje mais apropriado para a alcova que para uma quadra. Thunder tinha opinião diferente.

“Hernandez. Hernandez.” É assim que ele me chama com seu vozeirão de trovoada, que ganha ainda mais ressonância graças à barba hemingwaiana que ele passou a cultivar nos últimos tempos. Thunder, com a barba, tem mais ares de escritor do quase todos os escritores de verdade. Ele costuma repetir meu sobrenome nas nossas conversas. “A Venus já é a campeã mesmo que perca, Hernandez. Pescou?”

Pescar, para Thunder, é entender.

Pesquei, mas Thunder não esperou minha resposta. Desligou ainda mais apressado que de hábito, ávido por ver sua deusa negra de lingerie preta desfilar numa quadra de tênis.