Um livrinho que todo mundo devia ler

Atualizado em 24 de maio de 2013 às 17:02
Marcas da bomba

Mexi nos meus livros outro dia e encontrei um conto sobre Hiroxima. Chama-se exatamente Hiroxima, e foi escrito por Lawrence Yep.

Li em agosto, no 55.o aniversário da explosão da bomba atômica em Hiroxima.

Todo mundo deveria ler. Não me consta que esse livrinho – no tamanho — tenha sido editado no Brasil. É uma pena.

São 50 páginas que contam o horror provocado pelos americanos ao tomar a decisão cruel, absurda de destruir uma cidade inteira com suas crianças, velhos, mulheres. A guerra já estava ganha. Hitler já se matara.

Por que os americanos fizeram uma coisa tão monstruosa? Uma retaliação ao ataque de Peal Harbour pelos japoneses não faz sentido. Pearl Harbour era uma base naval. Não uma cidade. Seria como responder com um tiro a quem mandou um email malcriado para você.

Desproporção total.

O livrinho mostra que os habitantes da cidade achavam que até ali Hiroxima tinha sido poupada de bombas pelos americanos porque era bonita. Mostra também a perplexidade do Enola Gay, o avião do qual foi jogada a bomba, ao ver depois as consequências. “O que fizemos?”, ele se pergunta.

A resposta é óbvia. Fizeram uma chacina.

A bomba ao cair espalhou um fogo intenso num raio longo. Milhares de pessoas foram imediatamente carbonizadas. Muitas outras morreram afogadas ao se atirar num rio para fugir do fogo.

Era o começo de um dia. As crianças estavam indo para as escolas.

O livrinho mostra também uma ‘Donzela de Hiroxima’. Assim foram chamadas mulheres jovens desfiguradas pela bomba. Para elas se perdeu a possibilidade de atrair marido. Algumas foram para os Estados Unidos fazer plásticas. Cirurgiões plásticos americanos se dispuseram a operar de graça. Uma delas morreu na cirurgia. Suas cinzas retornaram a Hiroxima numa caixinha, levadas pelas conterrâneas no retorno a Hiroxima.

O livrinho também é um lembrete dos crimes de guerra sistematicamente cometidos pelos Estados Unidos. Com a impunidade de quem se julga dono do mundo.

Não.

Não é à toa que são tão odiados.