A diferença entre Miss Colômbia e Aécio. Por Nathalí Macedo

Atualizado em 21 de dezembro de 2015 às 11:42
Ela teve a classe que faltou a Aécio
Ela teve a classe que faltou a Aécio

A Miss Colômbia Ariadna Gutiérrez foi anunciada equivocadamente pelo apresentador Steve Harvey como a vencedora do Miss Universo 2015. O apresentador corrigiu a gafe e coroou a verdadeira Miss Universo, Pia Alonzo Wurtzbach, das Filipinas.

A colombiana comentou o incidente com a elegância de uma Lady: “Tudo acontece por algum motivo. Então eu estou feliz, estou feliz por tudo que eu fiz, por ter tornado o meu sonho de estar aqui uma realidade. Obrigado a todos que torceram por mim, que votaram em mim.”

A despeito da posição crítica que mantenho em relação a concursos de beleza como este – que só reforçam a padronização da beleza branca, magra e cis – não pude deixar de considerar este evento no mínimo didático, por uma questão simples: A colombiana soube perder.

Mesmo tendo sentido o gosto doce da vitória, por alguns segundos, reagiu elegantemente quando notou que o destino – e o erro do apresentador – lhe pregara uma peça.

Lembrei-me, inevitavelmente, das eleições do ano passado.

Eu acompanhava os resultados da apuração em um aplicativo de celular, reunida com alguns amigos – ainda indignada com os tantos votos recebidos por Bolsonaro – quando um deles disparou, atônito:

– Parece que Aécio já está cantando vitória.

E nos mostrou uma conversa vazada no WhatsApp, em que o candidato, crente da vitória, comemorava com amigos e parentes. Continuamos acompanhando a apuração, até sermos aliviados pelo resultado.

Naquele dia, Aécio foi a Miss Colômbia coroada por engano. Mas, ao contrário de Ariadna Gutiérrez, tentou vencer no grito – tem tentado até hoje – exatamente como a Miss Amazonas 2015 – como esquecer? – que arrancou a coroa da verdadeira vencedora em plena coroação.

Ariadna Gutiérrez deveria ministrar aulas de como perder com classe. E se o Aécio se matriculasse – deveria! – certamente seria reprovado.