A gangue de Temer ao lado do caixão de Teori e o sorriso de Serra resumem a tragédia brasileira. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 22 de janeiro de 2017 às 19:43
"Morreu, mesmo?"
“Morreu, mesmo?”

 

“Às vezes, quase sempre, em política e judiciário, o criminoso está presente no velório”. Teori Albino Zavascki

 

José Serra dando risada e a gangue de Temer reunida em torno do caixão no velório de Teori Zavascki.

Poucas imagens são tão emblemáticas da tragédia brasileira quanto essas.

Serra, citado na Lava Jato como destinatário de 23 milhões de reais que teriam sido pagos por meio de caixa dois em contas no exterior, tenta influenciar a escolha do novo ministro do STF.

Temer aparece mais de 40 vezes em delação da Odebrecht. Os acordos fechados com o MPF atingiriam em cheio a cúpula do PMDB.

Michel está achando que é uma espécie de cobra coral favorecida pelos deuses. Seus cúmplices se acercam do chefe, na expectativa de mais algum acidente pavoroso que os favoreça.

Segundo reportagem da Folha, a presidente do Supremo Carmen Lúcia não quis sair ao lado do presidente nos jornais (e de um sujeito como Eliseu Padilha, o sincero, que afirmou que o “ganhou tempo” com a morte de Teori).

Carmen pediu para ser fotografada apenas ao fim da cerimônia. A OAB defende que ela homologue todas as delações, como forma de honrar a memória do colega.

Recai sobre a turma de Michel uma suspeição. Eles sabem disso.

Independentemente se houve ou não a mão deles, são os grandes beneficiados — e não escondem em declarações e imagens.

Michel, covarde que foge de funerais, confirmou sua presença no de Teori de bate pronto porque sabia que estaria a salvo de qualquer coisa parecida com povo e porque queria passar, sutilmente, seu recado.

Nunca foram companhias toleráveis em quermesses. Em enterros, melhor fugir.

Fez certo Carmen em sair correndo. Infelizmente nós não temos como fazer o mesmo.

Beleza interior
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