A Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, deve explicações a seus clientes por permitir uma balbúrdia de mentecaptos em suas instalações.
Grupelhos extremistas apareceram na sabatina de Fernando Haddad promovida pela CBN. Interromperam a entrevista algumas vezes, gritando as palavras de ordem criadas nos protestos dos revoltados on line.
Haddad lidou com uma plateia mal educada. Entre os jornalistas, a âncora Fabíola Cidral estava desnecessariamente alterada.
Fabíola, com seu característico timbre de voz entediante, parecia tentar emular o Bonner das eleições presidenciais, apenas mais despreparada. Pilhada, não deixou Haddad terminar suas falas algumas vezes, citou dados errados (o número de creches), reivindicou os aplausos depois de uma pergunta (!?).
Num dado momento, citou “a quantidade de reclamações que recebe de seus ouvintes”, como se fosse uma supresa. Ora, são homens e mulheres submetidos às cacetadas da CBN. O que eles iriam pensar?
Fabíola é especializada em bater em qualquer iniciativa da prefeitura. Seus colóquios com Gilberto Dimenstein, que costuma ter uma visão mais humanista da cidade, empacam invariavelmente em sua limitação intelectual e má vontade com qualquer iniciativa de Haddad.
Na saída do encontro, um punhado de arruaceiros — destacando-se uma senhora esquisita, um adolescente com uma vuvuzela e um careca suarento — armou uma emboscada.
Há um vídeo da palhaçada. Eles esticaram uma faixa e passaram a hostilizar aqueles que pareciam ser os “inimigos”. Conseguiram tirar do sério Eduardo Suplicy, xingado pela velhota. A uma certa altura, ela olha para a câmera e berra: “Aqui é terra dos coxinha!”
A balbúrdia durou pelo menos uma hora — sem que ninguém da livraria ou da rádio fizessem absolutamente nada. E os seguranças?
De onde vem a noção de que extremistas podem expulsar pessoas sem que os responsáveis por esses estabelecimentos tenham de responder por isso? Uma das atribuições dessas casas é garantir a segurança de seus frequentadores.
São Paulo virou o lugar onde o sujeito que é hostilizado é obrigado a se retirar para que seus agressores fiquem numa boa. De terra da garoa a terra dos coxinha. Ai de ti, São Paulo.
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