A piora do Brasil no ranking de corrupção da Transparência Internacional é uma derrota de Moro. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 29 de janeiro de 2019 às 21:37
Moro, Bolsonaro e amigos no Aero Lula, atual Aero Bozo

A edição de 2018 do Índice de Percepção da Corrupção, em que o Brasil manteve a queda na avaliação (35 pontos em 100) e no ranking (105º entre 180 nações), é uma derrota de Sergio Moro.

Cinco anos após o início da Lava Jato, o protagonista da operação virou ministro e o Brasil segue mais corrupto que nunca — e quebrado.

Moro meteu-se agora numa fria ao aceitar, de olho numa vaga para o STF, fazer parte dessa festa indigesta da maneira que conhecemos — pondo em cana o favorito das pesquisas.

O empresário Ricardo Semler cantou a bola num artigo em 2014. “Nunca se roubou tão pouco”, escreveu, quando alardeavam que viraríamos a Dinamarca.

“Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia.”

O índice brasileiro foi o pior desde 2012, quando começou a vigorar a atual metodologia do estudo.

Estamos empatados com Argélia, Armênia, Costa do Marfim, Egito, El Salvador, Peru, Timor Leste e Zâmbia. A supracitada Dinamarca, para variar, ficou em primeiro lugar.

Ouvido pelo repórter Fausto Macedo, do Estadão, que lhe escreveu uma carta de fã no início do ano, o ex-juiz vendeu o peixe de que “o governo federal precisa liderar o processo de mudança contra a corrupção e por maior integridade na vida pública.”

Segundo SM, “em fevereiro será apresentado ao Congresso um projeto de lei anticrime, com foco em medidas contra a corrupção, crime organizado e crime violento. Se aprovado o projeto, além do impacto real na vida das pessoas, também mudará a percepção do mundo em relação à corrupção no Brasil”.

Em Davos, Moro defendeu uma solução inspirada no Uber.

“Eu estava pensando em algo similar. Você ter talvez uma plataforma digital em que corporações vão para essa plataforma e dizem ‘estamos disponíveis para cooperação na aplicação da lei em todo o mundo’, não necessariamente você precisa de uma cooperação pelo nosso governo”, disse, em inglês.

Blablablá. Na verdade, ele não sabe para onde correr (Coaf, coaf).

O objetivo da Lava Jato era exterminar Lula e o PT da vida pública, não a roubalheira. Estão aí Queiroz e os milicianos ligados aos Bolsonaros como resultado.

O resto é conversa.