Ao menos 15 membros da CPMI do 8 de janeiro publicaram fake news sobre “infiltrados”

Atualizado em 26 de maio de 2023 às 14:17
Golpistas durante atos terroristas em Brasília
Foto: Ton Molina

Ao menos 15 parlamentares que compõem a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos golpistas compartilharam fake news sobre infiltrados nos ataques terroristas de 8 de janeiro em Brasília. Eles fizeram 56 postagens mentirosas para influenciar a opinião pública a favor da instalação do colegiado. A informação é do Estadão.

Uma das publicações é de Jorge Seif (PL-SC). Em 28 de fevereiro, pelo Facebook, ele publicou um vídeo com uma série de imagens de baixa qualidade e edição grosseira apontando setas vermelhas para supostos extremistas de esquerda infiltrados. A publicação foi excluída posteriormente.

Eduardo Girão (Novo-CE) é quem mais fez publicações mentirosas sobre supostos “infiltrados” no 8 de janeiro. Em uma das 15 postagens sobre o caso, ele afirma: “Quem depredou merece uma punição exemplar, seja de direita, de esquerda ou infiltrado”. O senador ainda diz que, “ao que tudo indica”, militantes plantados participaram dos atos de vandalismo em Brasília.

Investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por incitar os ataques terroristas e autor do requerimento de instalação da CPMI, André Fernandes (PL-CE) também citou os supostos “infiltrados” em publicação nas redes. “Estamos aqui para saber a verdade. Foram extremistas? Foram infiltrados? Houve omissão? O que de fato aconteceu no 8 de janeiro?”, afirmou em publicação do dia 1º de março nas redes.

André Fernandes (PL-CE) sugeriu que o governo Lula não queria a CPMI dos atos golpistas para não revelar supostos infiltrados no ataque. Foto: Reprodução

Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro Eduardo (PL-SP) e Flávio (PL-RJ) também são responsáveis por fake news sobre a autoria dos ataques. “Eu duvido que uma investigação bem feita não vá encontrar diversos infiltrados. Certamente o PT está querendo esconder os seus apadrinhados que colocou lá para incentivar esses atos”, afirmou o deputado em discurso no plenário da Câmara, que foi divulgado em suas redes sociais posteriormente.

Titular do colegiado, o senador Magno Malta (PL-ES) fez pelo menos três publicações com a tese. Marcos do Val (Podemos-ES) é outro bolsonarista que tenta provar a tese de que o governo Lula seria responsável pelos ataques e fez diversas publicações sobre a narrativa nas redes, dizendo que vai apresentar as provas durante os trabalhos da CPMI.

Em três publicações diferentes, Filipe Barros (PL-PR) afirmou que “fica cada vez mais claro: o governo Lula forjou a quebradeira do dia 8 de janeiro”. Ele usa como base da acusação o vídeo vazado do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias.

Filipe Barros afirmou diversas vezes que “o governo Lula forjou” o ataque terrorista. Foto: Reprodução

A lista conta com os senadores Damares Alves (Republicanos-DF), Luiz Carlos Heinze (Progressistas-RS) e Izalci Lucas (PSDB-DF); e com os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Evair de Melo (PP-ES), Marcos Feliciano (PL-SP) e Maurício Marcon (Podemos-RS). Todos eles defendem que a CPMI busque provas de supostos infiltrados no ataque.

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