Cientista brasileira estranha notícia de que China encontrou coronavírus em frango comprado do Brasil

Atualizado em 13 de agosto de 2020 às 15:32
Natalia Pasternak Taschner (foto karl withakay – wiki )

A microbiologista Natália Pasternak, divulgadora científica e fundadora do Instituto Questão de Ciência, estranhou a notícia divulgada hoje de que a China teria encontrado o coronavírus em frango importado do Brasil.

“Achei muito estranha a notícia porque o vírus não sobreviveria em frango abatido pelo tempo que leva até chegar à China. Eles podem ter encontrado o RNA do vírus, que não transmite a doença, por ser inviável”, disse durante a live DCM Café da Manhã.

Ela ressaltou que precisava se aprofundar no tema antes de emitir opinião.

Procurada mais tarde pelo DCM, Natália explicou que é preciso ver se o vírus estaria viável. “Ele pode permanecer viável se estiver congelado a menos 20 graus centígrados por dois anos e, se for a menos 4 graus centígrados, por 72 horas “, afirmou.

“Eu não tenho a temperatura do transporte, como é feito”, comentou.

Disse ainda:

“Não existem evidências sobre contaminação pela comida, o maior risco de transmissão é de pessoa a pessoa, e no manuseio dos alimentos, é sempre importante ter cuidados de higiene, então toda essa discussão de se o frango poderia ou não estar contaminado com partículas virais – viáveis ou não, tira o foco dos cuidados que realmente são necessários.”

Por ser cientista, ele não entrou no aspecto econômico da notícia, já que o suposto encontro de vírus em produto de exportação brasileiro pode provocar boicote às exportações brasileiras.

O DCM Café da Manhã entrevistou também Kelli Mafort, uma das coordenadoras nacionais do MST, que acusou o governador Romeu Zema, de Minas Gerais, de mentir nesta quarta-feira, quando anunciou o adiamento do cumprimento da ação de despejo do assentamento Campo do Meio, no Estado.

Na manhã desta quinta-feira, a tropa de choque da PM avançou sobre a área, e já demoliu escola onde estudam centenas de crianças, a Eduardo Galeano.

O assentamento já tem mais de 22 anos e produz um dos cafés de maior qualidade do país, o Guaií, que é um produto de exportação.

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Veja a live: