O crime de Leo Das e Antonia Fontenelle contra Klara Castanho não pode ficar impune

Leo Dias e Antônia Fontenelle são o esgoto de um país que Bolsonaro jogou na lama.

No dia 16, durante entrevista exibida no programa The Noite, de Danilo Gentili, o colunista disse que sabia uma informação “inacreditável” sobre uma atriz e a “conta” dela iria chegar, pois o caso “envolve vidas”.

“O carma vai ser grande”, decretou o pulha.

Ele não citava nomes. Dias depois, Fontenelle, que quer ser candidata a deputada, deu mais detalhes do tema e ameaçou expor o nome da artista. No sábado (25), Klara Castanho contou nas redes que gestou e colocou para adoção um bebê que foi fruto de um estupro.

Ela não citou os nomes dos canalhas, mas contou que dois profissionais da imprensa a procuraram, porque  sabiam da gravidez dela. A jovem precisou falar  a eles para que a informação não vazasse.

Poucas horas depois de Klara Castanho narrar tudo, Dias escreveu uma longa reportagem “informando” passo a passo da artista no hospital no dia em que o bebê nasceu, com detalhes que deveriam ser privados.

Tempos depois, o Metrópoles, portal em que trabalha Dias, apagou a postagem. A diretora-executiva do site, Lilian Tahan, se pronunciou no Twitter, dizendo que estava “sumida” da internet e, quando soube da reportagem, determinou a retirada dela.

Fato era que o estrago tinha sido feito. Ao perceber que estava sendo criticado, o jornalista decidiu se manifestar nas redes sociais.

“Por vezes algumas, matérias surgem nas redações e nos deixam perplexos. O impacto que nos causa é tão grande que nos faz hesitar entre ignorar o assunto ou torná-lo público. Questões dolorosas que nos deixam pensativos, tristes, ao mesmo tempo em que nos fazem pensar que alguns dramas acontecem com frequência e, muitas vezes, no anonimato”, iniciou.

“A decisão entre tornar público ou deixar em silêncio algumas pautas envolve mais do que a ética ou a fofoca, nos traz a oportunidade de repensar o sofrimento silenciado por mães, por vítimas de abuso e crianças. Esta história envolvendo Klara Castinho, de 21 anos, que a coluna Leo Dias já sabia há muito tempo, foi uma delas”, completou. A postagem foi apagada.

Fontenelle candidata

Bolsonarista de “carteirinha”, Fontenelle descreveu o perfil de Klara Castanho, relatando quais locais ela trabalhou ao longo da carreira e a idade da jovem.

“Trata-se de uma atriz da Globo, ela tem 21 anos de idade. Essa menina de 21 anos engravidou, escondeu a gravidez, inclusive trabalhou durante a gravidez, pariu o filho dela. Segundo as informações que ele [Leo Dias] tem, pediu que o hospital apagasse a entrada dela no hospital e pediu que nem queria ver o filho”, comentou ela em uma live feita na última sexta.

Mesmo sabendo, em off, de toda a história, Fontenelle optou por criticar a menina e demonstrar “preocupação” com o bebê. “No meio disso tudo, eu não quero saber de nada, eu só quero saber cadê essa criança, para quem essa criança foi doada, se estão criando essa criança direito”, disparou ela.

Com toda a descrição, não ficou nem um pouco difícil para os internautas descobrirem de quem se tratava. Quando Castanho contou que foi estuprada, e por isso decidiu entregar o bebê para adoção, Antônia decidiu rebater as críticas, atacando novamente a decisão absolutamente legal da atriz.

“Parir uma criança e não querer ver e mandar desovar pro acaso É CRIME SIM, o nome disso é ABANDONO DE INCAPAZ. Ainda mais quando se tem uma situação financeira muito boa, CRIME EM DOBRO”, opinou.

“Como eu sei que futuramente ninguém vai vir aqui me pedir desculpas pelos ataques, desativei os comentários dos donos da razão. Escrevam nas paredes de vocês. Aqui não”.

Os internautas escreveram “nas paredes” digitais. “Monstro”, “sem escrúpulos”, “pessoa ruim” e “nojenta” foram alguns adjetivos dados para Fontenelle.

Como Bolsonaro, essa turma vive fora de qualquer limite e precisa ser exumada da vida nacional. Por ora, Dias segue no Metrópoles e Fontenelle continua com 3,5 milhões de seguidores.

O carma vai ser grande.

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