Chegam a seis os cancelamentos de produções culturais por estatais e pelo Ministério da Cidadania.
O que aconteceu nos últimos dois meses levanta suspeitas de censura entre membros da classe artística e procuradores de Justiça. Só nesta semana, três eventos que já haviam sido programados pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil foram suspensos. Em comum, abordam assuntos que têm desagradado a simpatizantes de Jair Bolsonaro, incluindo temáticas LGBT e críticas ao período militar.
No caso da unidade da Caixa Cultural no Rio de Janeiro, ela cancelou o patrocínio a dois projetos que já tinham sido aprovados em edital. Um deles foi a mostra da cineasta Dorothy Arzner, que discutiria temas feministas e homossexualidade. Às vésperas da abertura, no último sábado (28), um ciclo de palestras sobre democracia, história, ciência e ambiente também foi suspenso.
Produtores do evento Aventuras do Pensamento receberam na quinta (26) um email de cancelamento. A justificativa foi a de que os organizadores mudaram títulos de palestras sem aviso prévio antes de assinarem o contrato. Procurada, a assessoria da Caixa diz que as razões para a decisão foram unicamente técnicas.
As informações são de Joelmir Tavares e Gustavo Fioratti na Folha de S.Paulo.
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