Uma entrevista do ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo a um site chapa branca se tornou um novo motivo de vergonha mundial para o Brasil.
“Os regimes totalitários apelaram para o sentimento nacional e o distorceram”, apontou Ernesto.
“É muito a tendência da esquerda. Ela pega uma coisa boa, sequestra, perverte e transforma em uma coisa ruim. Isso tem a ver com o que eu digo que fascismo e nazismo são fenômenos de esquerda”.
No site da Deustche Welle, a tese, chamada de “absurda e desonesta”, foi comentada por historiadores.
“Quando um ministro do Exterior faz esse tipo de afirmação, considero altamente problemático diplomaticamente e um absurdo cientificamente”, disse Stefanie Schüler-Springorum, diretora do Centro para Pesquisa sobre Antissemitismo da Universidade Técnica de Berlim.
“Lá é muito simples: trata-se de extrema direita e pronto. Essa discussão sobre ser de esquerda ou direita parece existir só no Brasil”, afirma o cientista político alemão Kai Michael Kenkel, professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio.
“Se você perguntar para um neonazista na Alemanha se ele é de esquerda, vai levar uma porrada”.
Vivo fosse, o führer teria muito a conversar com Ernesto e companhia.
O jornal britânico The Guardian tem uma seção chamada “Grandes Entrevistas do Século 20”.
Uma delas, publicada em 1932 na revista Liberty, é com o velho Adolfo. O autor é o poeta e escritor alemão George Sylvester Viereck.
A ideia de apropriação conceitual, utilizada por Ernesto, foi antecipada por Hitler:
“O socialismo é a ciência de lidar com o bem comum. O comunismo não é o socialismo. O marxismo não é o socialismo. Os marxistas roubaram o termo e confundiram o seu significado. Eu devo tirar o socialismo dos socialistas”, afirma.
Para Araújo, “a não indiferença é a faculdade de agir no mundo, baseada em valores e julgamentos morais, não simplesmente em interesses materiais. Temos a convicção da grandeza do Brasil”.
Segundo Hitler, “acreditamos em uma mente saudável em um corpo saudável. O corpo político deve ser sadio se a alma quiser ser saudável. Saúde moral e física são sinônimos”.
A Alemanha estava acima de tudo:
“Queremos uma Grande Alemanha que una todas as tribos alemãs (…). Nossos trabalhadores têm duas almas: uma é alemã, a outra é marxista. Devemos despertar a alma alemã. Devemos destruir o câncer do marxismo. O marxismo e o germanismo são antíteses.”
É ou não o Ernesto escrito?